16/10/2013 - 16h54
Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O fechamento de um acordo no Senado norte-americano para
aumentar temporariamente o teto da dívida pública e desbloquear o
Orçamento dos Estados Unidos representa um alívio para a economia
global, disse hoje (16) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo
ele, o fim da paralisação da administração pública nos Estados Unidos
impediu que a recuperação da atividade econômica em todo o mundo seja
ameaçada.
“A economia mundial está em recuperação. Estamos indo até
razoavelmente bem, e uma medida dessa natureza [bloqueio do Orçamento e
calote da dívida pública norte-americana] poderia emperrar esse
processo”, destacou o ministro. “Isso cria uma sensação de insegurança,
desconfiança e, portanto, prejudica os negócios de modo geral.”
Mantega ressaltou que a instabilidade no sistema financeiro nos
últimos dias pode ter prejudicado a emissão de títulos por empresas
brasileiras que queiram captar recursos no exterior. “O governo não fez
nenhuma emissão [no mercado internacional], mas imagino que algumas
empresas privadas tenham sido prejudicadas porque o mercado ficou um
pouco nervoso enquanto a questão não foi resolvida.”
O ministro classificou o acordo final de intermediário. “Acredito
numa resolução, mas não exatamente o que o governo americano gostaria,
mas alguma coisa intermediária. Eles vão ganhar um fôlego intermediário e
continuar empurrando essa questão por algum tempo”, disse Mantega.
No início da tarde de hoje (16), o Senado dos Estados Unidos
anunciou um acordo para encerrar o impasse que paralisava a
administração pública do país desde o início do mês. O texto prevê a
elevação do teto da dívida americana até pelo menos o próximo dia 7 de
fevereiro e a reabertura dos serviços públicos até 15 de janeiro. O
acordo precisa ser aprovado pelos deputados e senadores norte-americanos
até a meia-noite (hora local, 1h em Brasília) para entrar em vigor.
O ministro também comentou sobre o dólar, que está em R$ 2,17 e
registrou a menor cotação desde junho. Segundo ele, a queda do dólar
representa um sinal de que não está abalada a confiança dos investidores
internacionais no Brasil. “Isso [a queda do dólar] é um testemunho de
segurança, de confiança. Significa que está entrando um pouco mais de
recurso no país”, disse.
Mantega, no entanto, não descartou a possibilidade de a moeda
norte-americana subir novamente, caso haja novas instabilidades no
sistema financeiro internacional. “O dólar é flutuante no Brasil. Então
temos de admitir que ele flutue tanto para cima quanto para baixo”,
concluiu.
Edição: Nádia Franco
Fonte: Agência Brasil
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