26/08/2013 - 14h24
- Saúde
Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília
– Após críticas de associações médicas à vinda de cubanos para atuar no
Brasil pelo Programa Mais Médicos, a vice-ministra da Saúde de Cuba,
Márcia Cobas, disse hoje (26) que os médicos do seu país querem
trabalhar em cooperação com os profissionais brasileiros e não ocupar o
lugar deles. Márcia Cobas participou da cerimônia de início do
treinamento dos médicos estrangeiros, em Brasília, que irá durar três
semanas.
“Queremos ir aos locais onde a população mais precisa, onde não tem
médicos”, disse a dirigente. A vice-ministra acrescentou que os médicos
que vieram trabalhar no Brasil não são desempregados e têm garantia de
seus serviços quando retornarem a Cuba. “Nossos médicos não são
desempregados, recebem 100% de seus salários e têm a proteção de suas
famílias, na educação, na saúde, para dar tranquilidade e segurança
enquanto estão trabalhando em outros países”, disse.
A vice-ministra defendeu a qualificação dos médicos cubanos. Ela
destacou a experiência dos profissionais na atuação em diversos países e
disse que os cubanos já atuaram em regiões com condições de trabalho
difíceis. “Não exportamos médicos, exportamos serviços de saúde”, disse
Márcia Cobas.
A médica cubana Mayra Perez Sierra declarou que não teme as reações
contrárias à atuação no Brasil. Segundo ela, é normal que mudanças gerem
preocupação. “Toda mudança, em qualquer país, em qualquer momento da
vida, gera temor. Mas estamos preparados, estamos seguros, estamos
acostumados a enfrentar outros costumes. Eu mesma já estive na Venezuela
e no Zimbábue, país com outra língua, com dialetos. Enfrentamos e
estamos preparados”, disse.
Sobre a diferença de idioma, Mayra Perez Sierra avalia que não será
um empecilho para que os médicos prestem um bom atendimento à população
brasileira. “Nestas três semanas vamos reforçar o conhecimento. Quanto
ao idioma, aprendemos muito, ainda temos que melhorar, mas creio que
isso ocorrerá durante o trabalho com a comunidade. Será onde vamos
aprender a nos comunicar melhor. Creio que tudo irá bem em nosso favor e
em favor do povo brasileiro”.
A vinda dos profissionais de Cuba faz parte de acordo do Ministério
da Saúde com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A previsão é
trazer ao Brasil, até o final do ano, 4 mil médicos cubanos. Os
primeiros 400 profissionais chegaram ao Brasil nesse fim de semana. Eles
vão atuar nas cidades que não atraíram profissionais inscritos
individualmente no Programa Mais Médicos.
Edição: Davi Oliveira
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário
comente