29/08/2013 - 10h06
- Saúde
Aline Leal Valcarenghi
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - "Para mim, deixar o cigarro foi uma libertação". É o
relato do músico de 32 anos, Odair Souza que, por 11 anos foi fumante, e
depois de mais de cinco tentativas, deixou o cigarro há dois anos.
Dados do Ministério da Saúde mostram que 17% dos brasileiros são
fumantes, o que equivale a 25 milhões de pessoas. Para tentar
conscientizar outras pessoas a seguir o exemplo de Odair, são feitas,
hoje, ações educativas em praticamente todo o país desde 1986, quando
foi sancionada a lei que instituiu 29 de agosto como o Dia Nacional de
Combate ao Fumo.
O
pneumologista da Divisão de Controle do Tabagismo, do Instituto
Nacional do Câncer (Inca), Ricardo Meirelles, alerta que o tabagismo é
uma doença que pode ocasionar outras 50. Vários tipos de câncer, doenças
cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais (AVCs), além de
menopausa, infertilidade e envelhecimento precoces são alguns dos
problemas de saúde que podem ser ocasionados pelo fumo.
Meirelles explica que, logo depois de deixar o cigarro, o ex-fumante
já sente melhora na qualidade de vida. "Ele sente uma melhora dentro de
dois, três dias no fôlego, se não tiver uma doença respiratória, já dá
pra subir uma escada melhor, fazer exercícios", disse o especialista.
Foi o que aconteceu com Odair. À Agência Brasil, o
músico lembra que decidiu parar de fumar quando começou a sentir
dificuldade para cantar e dor na garganta. "Depois que parei vi
diferença em vários aspectos, na hora de cantar, na respiração, tanto
para cantar como pra fazer exercício físicos, na alimentação, o gosto
dos alimentos é muito melhor agora", destacou.
Segundo o Ministério da Saúde, o país tem cerca de 3 mil unidades de saúde que oferecem tratamento
contra o vício em tabaco, o que inclui apoio psicológico, medicamentos,
atendimentos educativos e terapêuticos. Segundo Meirelles, deixar de
fumar é difícil, mas o acompanhamento de profissionais pode tornar o
processo mais confortável.
O
tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a
principal causa de morte evitável. Além disso, cerca de 1,2 bilhão de
pessoas são fumantes. "Cerca de 80% dos fumantes desejam parar, mas
apenas 3% conseguem realmente abandonar o vício. Além disso, é
considerado ex-fumante a pessoa que fica um ano sem fumar”, explica o
cardiologista do Hospital do Coração do Brasil, João Ferreira Marques. O
médico esclarece que, quem abandona o vício antes dos 30 anos, consegue
reestabelecer o organismo a ponto de parecer que nunca fumou.
De acordo com Meirelles, muitas vezes o fumante espera ter um
problema de saúde para decidir parar de fumar. O médico acrescentou que a
proibição de fumar em locais fechados fez com que muitos fumantes
sentissem-se incomodados em ter que deixar o ambiente de amigos para
fumar e isso está fazendo com que pensem em deixar o vício. "Ele está
conversando com amigos e tem que sair para fumar, a pessoa sente-se
escrava do cigarro. Se está no shopping e precisa sair pra fumar, isso
passa a ser desconfortável".
Segundo pesquisa da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), entre
1989 e 2010 um em cada três brasileiros deixou de fumar devido à
entrada em vigor das medidas que restringiram a propaganda de cigarros na televisão e em veículos de comunicação de massa.
Edição: Marcos Chagas
Fonte: Agência Brasil
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