30/08/2013 - 11h18
Leandra Felipe
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Correspondente da Agência Brasil/EBC
 Bogotá - Após quatro dias de negociação com os integrantes do 
Protesto Nacional Agrário, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos 
mandou suspender o diálogo e designou 50 mil homens das Forças Armadas 
para desbloquear rodovias e pontos de concentração em todo o país. O 
governo e os líderes do movimento não chegaram a acordo. Ontem (29), 
duas pessoas morreram e pelo menos 200 ficaram feridas em manifestações 
na capital Bogotá.
 Em declaração hoje (30) de manhã, transmitida em cadeia nacional, 
Santos rejeitou os ataques de vandalismo nos protestos dessa 
quinta-feira. “Ordenei a militarização de Bogotá e faremos isso em 
qualquer zona em que seja necessário. Também enviaremos aviões das 
Forças Armadas para fazer pontes aéreas e garantir o abastecimento de 
alimentos no país”, destacou. As cidades já registram escassez de alguns
 produtos, como a batata e o leite.
 Irritado, após ter aberto mesas de negociação sem sucesso, o 
presidente lembrou que “a paciência se esgota”. Ele determinou que os 
ministros que participam, desde terça-feira (23), da mesa de diálogo com
 os camponeses deixem as propostas sobre a mesa e esperem a categoria 
decidir.
 Os protestos no país já duram 12 dias e ganharam a adesão dos centros urbanos, com
 a participação de profissionais de saúde, professores e sindicatos de 
outras áreas, como a de transportes. Ontem e hoje, vários colégios da 
capital suspenderam as aulas e nas regiões sul e central há dificuldade 
de locomoção, devido a bloqueios e marchas de manifestantes.
 Santos informou que, quando estavam a ponto de fechar um acordo, 
“alguém estranhamente aparece e instiga os manifestantes a aumentar suas
 demandas. Claramente, há interessados em que não se chegue a acordo”, 
acrescentou.
 Em plena negociação de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da 
Colômbia (Farc) e a menos de um ano das eleições presidenciais, o 
governo enfrenta resistência com relação ao processo, tanto por 
movimentos de esquerda, quanto por grupos da direita colombiana, 
representada pelo ex-presidente Álvaro Uribe.
 Em seu discurso, Santos criticou abertamente o movimento Marcha 
Patriótica - que reúne representantes da esquerda, simpatizantes das 
Farc e o Exército da Libertação Nacional (ELN).
 “A Marcha Patriótica quer nos levar a um beco sem saída e nos impor 
sua própria agenda. Não lhe interessa os camponeses, mas sua própria 
agenda política”, acusou o presidente.
 Edição: Graça Adjuto
 Fonte: Agência Brasil
 
 
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