29/09/2013 - 13h46
- Nacional
Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio
de Janeiro - Professores da rede municipal de ensino estão acampados em
dez barracas na lateral do Palácio Pedro Ernesto, sede do Legislativo
do Rio, onde ontem (28), por volta das 22h30, houve uma ação da Polícia
Militar (PM) para a desocupação do plenário da Casa.Repórter da Agência Brasil
Segundo a coordenadora-geral do Sindicato
dos Profissionais de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe), Gesa
Corrêa, que estava presente no momento da operação, os policiais
chegaram às 18h e pediram a desocupação. Depois da tentativa de
negociação, e com a decisão dos professores de permanecer no local, os
policiais começaram a ação de retirada. “Foi uma truculência. Foi um
caos”, disse.
Durante as negociações os professores
pediram que o comandante da operação apresentasse a ordem judicial para a
reintegração de posse do plenário, explicou. Segundo ela, na véspera já
havia ocorrido uma tentativa. “Eles chegaram com um documento que era
uma farsa de 20 de agosto. Falamos com os advogados e não saímos. Ontem
foi a mesma história.”
Gesa
contou que os professores insistiram para ver o documento de
reintegração e que o comandante saía e voltava. “Depois ele acabou
dizendo que era ordem do Cabral [governador do Rio, Sérgio Cabral], do
Jorge Felippe [presidente da Câmara] e do Eduardo Paes [prefeito do
Rio]. Não tinha nada escrito, foi autoritarismo mesmo.”
Segundo ela, houve a troca do comandante da operação, que apresentou
a alternativa de saída dos professores do plenário da Câmara, caso
contrário, a PM faria a operação de desocupação do local, que já estava
no terceiro dia.
Gesa disse que dois professores foram
autuados e levados para a 5ª Delegacia de Polícia e que quatro feridos
foram encaminhados para o Hospital Souza Aguiar, no centro do Rio.
Segundo ela, o sindicato vai recorrer à Justiça contra a operação
policial dentro do plenário da Câmara. “Vamos entrar com ações judiciais
em todas as instâncias. Eles não podiam retirar a gente de lá e nem dar
voz de prisão.”
Em
nota, a Polícia Militar informou que a desocupação da Câmara Municipal
na noite de ontem atendeu a um ofício do presidente da Casa. Segundo a
PM, Jorge Felippe solicitou a reintegração e a retirada dos professores
que ocupavam o Palácio Pedro Ernesto desde quinta-feira (26). “O comando
da PM tentou durante todo o período de ocupação uma forma de
entendimento, mas não houve acordo, a PM cumpriu a determinação da
Justiça”, diz a nota.Gesa contou ainda que enquanto estava na delegacia acompanhando os professores detidos recebeu um chamado de colegas, por volta da 1h, dizendo que estavam acampados próximos à Câmara e que um grupo da Guarda Municipal tinha chegado ao local para a retirada das barracas. Depois de mais uma rodada de negociação, as barracas continuaram montadas na parte lateral do prédio.
Edição: Andréa Quintiere
Fonte: Agência Brasil
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