19/09/2013 - 15h08
- Política
Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (19) que se
surpreendeu com notícias veiculadas na imprensa classificando de
“aventureiro” o consórcio, composto por dez empresas, que venceu o
leilão de concessão da BR-050, rodovia que liga Goiás e Minas Gerais. O
consórcio propôs a menor tarifa, de R$ 0,04534 por quilômetro,
representando deságio de 42,38%. Dilma falou sobre o assunto após
inaugurar um trecho da ferrovia Ferronorte e o Complexo Intermodal
Rondonópolis, o maior da América Latina, neste município mato-grossense.
“Hoje eu estava lendo de manhã o jornal e vi uma observação que me
surpreendeu: que a empresa era aventureira, que ganhou porque era
aventureira, dando um deságio de 42%. Você sabe quanto foi o deságio da
segunda? Foi 38%, se não me engano, ou 37%. Mas não interessa, vamos
supor que seja 36%. Da terceira [empresa] e da quarta. também. Mais de
36% da terceira e da quarta também. Então, você tem hoje um deságio das
quatro empresas bastante significativo”, reagiu Dilma.
A presidenta também defendeu a integração entre governo, iniciativa
privada e órgãos de fiscalização para viabilizar as obras das concessões
e evitar pedidos incompatíveis. “É impossível querer três coisas
simultâneas, quando elas são contraditórias. Eu não posso querer uma
taxa de retorno muito valorizada e uma tarifa muito baixa. Há estados
que se recusam a pagar tarifa de pedágio. É impossível fazer concessão
sem tarifa de pedágio”, disse Dilma, lembrando que o objetivo das
concessões é viabilizar obras de duplicação e melhoria das rodovias.
Em discurso na inauguração de trecho da ferrovia Ferronorte e do
Complexo Intermodal Rondonópolis, a presidenta destacou a "imensa
fragilidade” do país em infraestrutura logística. Segundo ela, o Brasil
está correndo para corrigir o atraso, fundamentalmente na área de
ferrovias, definida por grandes potências continentais, há mais de um
século, como forma de internalizar seu desenvolvimento e aumentar a
competitividade. “O Brasil é um país continental, exportador de
alimentos, com grande agronegócio e poderio mineral, imensa capacidade
de intercomunicação com mercados diversficados, que precisam de ligação
interna, e sem estrutura ferroviária.”
Dilma ressaltou as vantagens do transporte ferroviário para
escoamento da produção do país, como menores custos, mais agilidade e
capacidade de otimizar a ligação com rodovias, hidrovias e portos. De
acordo com a presidenta, o complexo intermodal inaugurado em
Rondonópolois é um avanço a mais nesse sentido. “Um complexo intermodal,
o maior da América Latina, é um local que atrai outras empresas, onde
se criam emprego e renda, e tem condição de transformar empresas e
negócios em todo seu entorno”.
Edição: Nádia Franco
Fonte: Agência Brasil
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