19/09/2013 - 15h00
- Nacional
Luciano Nascimento
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O índio terena Abrão Ferreira, 50 anos, foi baleado na
manhã de hoje (19), durante protesto em defesa da saúde indígena.
Segundo a polícia, os cerca de 80 manifestantes bloquearam a Rodovia
BR-262, no município de Miranda (MS). O líder indígena Paulino Terena
disse à Agência Brasil que o suspeito é um fazendeiro conhecido na região.
De acordo com o terena, o produtor rural estava em uma caminhonete
quando abordou os manifestantes e disparou três vezes contra Abrão. Um
dos disparos atingiu a perna do índio. "Ele chegou sem falar nada,
tentou atravessar o bloqueio e disparou os tiros. Abrão foi levado para o
hospital e passa bem", explicou o terena que participa do bloqueio. O
suspeito fugiu na caminhonete.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, a interdição ocorre nas
duas faixas e provoca engarrafamento de mais de 2 quilômetros nos dois
sentidos. A polícia orienta os motoristas para que evitem o trecho da
rodovia que liga Vitória (ES) a Corumbá (MS), na fronteira com a
Bolívia. Apenas ambulâncias, veículos com crianças e mulheres grávidas
passam pelo bloqueio.
O protesto é em apoio à ocupação do prédio do Distrito Sanitário
Especial Indígena de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, iniciada ontem
(18), por 30 lideranças indígenas das etnias Guarani-Kaiowá, Guató,
Kadiwéu e Terena. Eles reivindicam a saída do coordenador, Nelson
Ozalar.
Os índios divulgaram uma carta em que afirmam o caráter pacífico da
ocupação e denunciam a falta de estrutura de 80 postos de saúde
espalhados pelas aldeias. "As construções estão depredadas, precárias,
sem banheiros, ventilação, iluminação. Não há insumos e equipamentos
básicos para as equipes de atendimento", diz o documento.
O presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena de Mato Grosso
do Sul, Fernando Souza, disse que os índios decidiram manter a ocupação e
o bloqueio da rodovia até receber uma resposta do secretário Especial
de Saúde Indígena, Antônio Alves de Sousa. "Queremos o afastamento do
coordenador para, a partir daí, poder rever a política de saúde
indígena", disse.
A Agência Brasil tentou contato com a Secretaria
Especial de Saúde Indígena, em Brasília, mas até o fechamento da
reportagem não obteve retorno. A secretaria é vinculada ao Ministério da
Saúde e, desde 2010, cuida diretamente da atenção à saúde dos
indígenas.
Edição: Beto Coura
Fonte: Agência Brasil
Fonte: Agência Brasil
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