dia da:

11 DE junho, DIA DA BATALHA NAVAL DE RIACHUELO

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Rui Moreira Lima, 94, major-brigadeiro do ar

14/08/2013

O major-brigadeiro do ar Rui Moreira Lima, 94 anos, veterano da Segunda Guerra Mundial, morreu na madrugada de ontem, em decorrência de uma parada cardíaca sofrida às 4h30. Ele estava internado havia 47 dias na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Central da Aeronáutica, no Rio de Janeiro, por causa de um acidente vascular cerebral. O corpo do aviador foi velado no Instituto Histórico da Aeronáutica e enterrado no Cemitério São João Batista.

Herói da Segunda Guerra Mundial, na qual cumpriu 94 missões como piloto de combate da esquadrilha verde no 1° Grupo de Aviação de Caça (GAvCa), Rui Moreira Lima foi autor do livro Senta a pua, sobre a participação dos aviadores brasileiros no conflito. Ele também se destacou na luta pelo restabelecimento da democracia e foi perseguido pelo regime. Lima fundou a Associação Democrática e Nacionalista dos Militares (Adnam), entidade formada logo após o golpe de 1964, que reunia integrantes das Forças Armadas nacionalistas e de esquerda.

Em outubro do ano passado, o oficial prestou depoimento à Comissão Nacional da Verdade (CNV), e sua história motivou a criação do grupo de trabalho dedicado a militares perseguidos. Na abertura da sessão de ontem do grupo, o consultor Paulo Ribeiro da Cunha lamentou a morte, e disse que o militar era uma pessoa extraordinária, que inspira o processo de luta pela verdade. “Hoje (ontem), nossos trabalhos serão permeados pela emoção dessa perda.” 

“Artilharia alemã”
Nascido em 12 de junho de 1919, em Colinas, no Maranhão, aos 20 anos já era cadete da escola militar de Realengo, no Rio de Janeiro. Ingressou na Força Aérea Brasileira (FAB) assim que a instituição foi criada, em 1941. O major-brigadeiro atuou em missões na Itália durante a 2ª Guerra Mundial. “A primeira missão ocorreu no dia seis de novembro de 1944 e a última no dia 1º de maio de 1945. Sempre sob o fogo cerrado da artilharia alemã”, relatou a FAB, em homenagem publicada ontem no site da corporação.

Na volta ao Brasil, chegou a ser comandante da Base Aérea de Santa Cruz (RJ), mas foi perseguido pelos militares a partir de 1964, por ter se negado a apoiar o golpe.Chegou a ser preso três vezes. Na última, seu filho, Pedro Luiz Moreira, foi detido como forma de chegar a ele. Na segunda-feira, Pedro prestou depoimento na CNV e na Comissão Estadual da Verdade fluminense, contando que a perseguição ao pai se estendeu a toda a família. 

A FAB divulgou nota de pesar ontem. No documento, a corporação destaca o major-brigadeiro como “mito grandioso, magnânimo, extraordinário”. “Em cada linha do rosto com suas impressões do tempo, cabiam mais de mil histórias. Mas história não morre. Herói não morre. Mito não morre. Nele, havia mais. Havia o olhar brasileiro, daqueles guerreiros da Nação que são lembrados indefinidamente”, relatou o texto. Em homenagem, a FAB publicou, no site da Força, um vídeo com imagens da carreira de Lima.

Fonte: Correio Braziliense

Nenhum comentário:

Postar um comentário

comente