Autor(es): Por Téo Takar e Aline Cury Zampieri
20/08/2013
A Bovespa conseguiu cravar sua nona alta consecutiva ontem, mas o ganho só aconteceu nos ajustes finais, depois do encerramento do pregão. O mercado perdeu força após o exercício de opções sobre ações e chegou a operar no vermelho durante boa parte da tarde. Desde 19 de julho de 2010, a bolsa brasileira não subia por tantos dias seguidos. Naquela ocasião, foram 11 altas consecutivas. As exportadoras pegaram carona novamente na disparada do dólar. O setor siderúrgico também foi destaque de alta, diante da expectativa de novo reajuste nos preços do aço. E MMX liderou os ganhos do dia, com rumores nas mesas de operação de que pode ser anunciado a qualquer momento um novo controlador para a empresa de mineração de Eike Batista. O Ibovespa subiu 0,07%, para 51.574 pontos, depois de um pregão bastante volátil, em que o índice oscilou entre 51.115 pontos e 52.089 pontos. O volume financeiro alcançou R$ 12,864 bilhões, sendo que o exercício de opções respondeu por R$ 4,021 bilhões. Segundo operadores, houve uma "virada" do mercado em relação ao vencimento de julho, que havia movimentado R$ 2,188 bilhões, a maior parte em opções de venda. Entre as ações de maior peso no índice, Vale PNA ganhou 0,55%, para R$ 32,35; Petrobras PN subiu 0,28%, para R$ 17,83; e OGX ON teve alta de 1,49%, a R$ 0,68. As ações da Petrobras tiveram uma valorização até que modesta para o primeiro pregão após o anúncio da venda de US$ 2,1 bilhões em ativos, feito na sexta à noite. Os analistas do Itaú BBA Paula Kovarsky e Diego Mendes afirmaram que a venda é positiva, mas pode representar um argumento para adiar o reajuste nos preços dos combustíveis ou para a empresa realizar uma oferta por uma fatia superior ao mínimo exigido de 30% no leilão do campo de Libra. No topo do índice ficaram MMX ON (13,33%), LLX (7,5%), Fibria ON (6,81%), CSN ON (6,34%), Usiminas PNA (6,20%) e Gerdau PN (5,78%). Depois da venda do controle da LLX para o grupo americano EIG, na semana passada, cresceram as especulações de que Eike Batista está perto de fechar a venda da MMX que, apesar de ser uma empresa de mineração, tem como seu principal ativo o Porto Sudeste. As siderúrgicas avançaram com rumores de que as empresas anunciarão nesta semana uma nova rodada de reajustes nos preços para seus distribuidores. O Valor PRO , serviço de notícias em tempo real do Valor, apurou com fontes do setor que o reajuste ficará entre 5,2% e 7,5%, dependendo do tipo de aço. No caso de Gerdau, a alta do dólar também favoreceu as ações, lembra o estrategista da SLW Corretora, Pedro Galdi. "A Gerdau tem operações na América do Norte, que geram receitas em dólar." Na outra ponta da bolsa ficaram Cia Hering ON (-6,46%), Gafisa ON (-6,17%), Natura ON (-5,27%) e Lojas Americanas PN (-5,19%). "Em um cenário de inflação alta, com possibilidade de reajuste dos combustíveis, o BC vai ter que elevar mais os juros. Juro alto tende a desestimular o consumo, o que é ruim para empresas de varejo e também para construção." Analistas acreditam que pode haver fatores técnicos para a longa sequência de alta da bolsa, como zeragem de posições vendidas.
Fonte: Valor Econômico/Portal ClippingMP
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