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NATUZA NERY
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
Apesar de jogar duro com o movimento grevista nas últimas semanas, o
governo federal estuda autorizar um reajuste para os funcionários das
empresas estatais pouco superior a 5%.
Trata-se da recomposição inflacionária para garantir o poder de compra
da categoria. Ao mesmo tempo, um reajuste linear para todo o
funcionalismo público ainda não está descartado.
Dos reajustes já assegurados, e acima da inflação, somente professores
universitários e militares integram a seleta lista do Ministério do
Planejamento.
Para os funcionários de Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica
Federal, entre outras empresas estatais, a ideia é garantir a manutenção
do poder de compra.
Na semana passada, a Eletrobras ofereceu aumento real de 1,5% aos seus
funcionários para acabar com a greve da categoria. Tenta-se, agora,
estender o benefício às demais empresas públicas.
Por ora, estão descartadas grandes reestruturações de carreiras ou robustas recomposições salariais.
De acordo com o argumento oficial, o servidor público federal ganhou, na
última década, reestruturações de carreira muito acima das perdas
inflacionárias.
Diante de um cenário de crise financeira internacional, o governo vem
tentando segurar o gasto público. A ordem, nas palavras usadas pela
própria presidente Dilma Rousseff, é "não pode brincar à beira do
abismo".
Segundo representantes da equipe econômica, não há espaço fiscal para
atender às reivindicações salariais dos servidores no próximo ano. Eles
argumentam que o objetivo central para acelerar o crescimento é ampliar
os investimentos públicos, e não a folha salarial.
PROFESSORES
Os professores universitários continuam se opondo à proposta feita pelo
Ministério do Planejamento. A paralisação já dura mais de dois meses. O
aumento proposto foi de 25% a 40%, conforme o cargo ocupado. Também
redução do número de níveis para se chegar ao topo da carreira em 13
anos, quatro a menos do que ocorre hoje.
A proposta chegou a ser aceita por uma das entidades que representam os
professores, o Proifes (Federação de Sindicatos de Professores de
Instituições Federais de Ensino Superior), mas foi recusada pelo Andes
(Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior),
com maior representatividade na categoria.
No Palácio do Planalto, a presidente Dilma monitora com lupa os efeitos
das paralisações em alguns setores. Várias vezes ao dia, após receber
relatos sobre lentidão nos portos em razão da operação-padrão dos
auditores da Receita Federal, ela cobra soluções do ministro da Fazenda,
Guido Mantega.
Os auditores prometem uma paralisação de 24 horas na próxima quarta-feira.
O governo estima que, se atendesse a todas as demandas, haveria um
impacto de R$ 92 bilhões no orçamento, cerca de metade da folha de
pagamento do funcionalismo público federal.
Até agora, os docentes foram os únicos a receber uma proposta concreta
do governo. Estes, porém, ainda não deram trégua. As aulas das
universidades federais estão suspensas há mais de dois meses.
Fonte: Folha de S.PauloP.S. grifo nosso
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