06/11/2014 23h22
07/11/2014 06h03
Brasília
Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil Edição: Aécio Amado
A presidenta Dilma Rousseff recebeu esta noite parlamentares e governadores, atuais e eleitos, do PT, para uma confraternização após as eleições de outubro. Dezenas de deputados, senadores, governadores, além de ministros do partido, participaram de um coquetel no Palácio da Alvorada.
De acordo com relatos de participantes, as conversas foram informais e nenhum assunto específico foi discutido entre os presentes. Não houve discurso e Dilma se limitou a cumprimentar e conversar separadamente com seus correligionários, circulando pelas diversas rodas de políticos que informalmente se formaram.
A disposição apresentada pela presidenta de promover mais diálogo, em seu primeiro discurso após o segundo turno, foi reforçada no encontro de hoje. De acordo com os presentes, o ambiente foi descontraído e as conversas, em sua maioria, trataram de amenidades.
O vice-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), disse que o momento não é para debates políticos com mais conteúdo, o que deve ocorrer no futuro. “Acho que foi um contato social acima de tudo, porque é comum que parlamentares gostem de estar juntos, presentes à Presidência da República. Então, acho que é um bom começo de um diálogo de conteúdo político, mas que não era o caso hoje”, disse.
Para ele, os últimos mandatos do partido na Presidência demonstraram que a bancada do PT seja “a principal base de apoio, não exclusiva, do governo” de Dilma, pelo seu tamanho, importância e lealdade.
“A palavra de ordem dela é o diálogo, e é um novo marco na relação dela com o Congresso e com a sociedade. Considero que foi um gesto alvissareiro dialogar com o PT ainda que não tenha solenidade de fala formal, foi um momento alto da relação da presidenta com o PT. Considero muito importante”, disse o deputado José Guimarães (CE), ao fim do encontro.
O parlamentar, que considera necessária uma recomposição da base aliada do governo no Congresso, ressaltou que a relação deste [Congresso]com a presidenta precisa ter um diálogo mais aperfeiçoado. Essa intenção, segundo Guimarães, foi apresentada pela própria Dilma. “Estamos bem, vamos trabalhar, o desafio é enorme. Estou cansada, mas estou muito firme na disposição de ampliar o diálogo com o Brasil”, disse a presidenta conforme relatou o deputado.
O presidente do PT, Rui Falcão, disse que vai promover na próxima semana uma série de reuniões, a partir de segunda-feira (10), para continuar atendendo às demandas dos integrantes de seu partido. Na saída do coquetel, ele comentou a diferença entre as propostas de Dilma e do próprio PT sobre a aplicação de uma eventual regulação dos meios de comunicação.
Segundo ele, o partido prioriza neste momento a assinatura de um documento que pretende regulamentar o capítulo da Constituição Federal que trata da comunicação social. Rui Falcão avaliou que o primeiro item desse ponto deve ser a garantia da “mais ampla liberdade de expressão no país”, efetivada, em sua opinião, com o fim de monopólio e oligopólio nos meios de comunicações.
“O governo tem um ritmo e ela deve estar avaliando como se articula um projeto de tanta relevância, que encontra resistência, inclusive, em meios poderosos que se colocaram e se colocam contra nós. É natural que ela queira fazer uma consulta pública, ouvir mais”, disse.
Fonte: Agência Brasil
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