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terça-feira, 16 de abril de 2013

Castigo para rebelados em Guantánamo


15/04/2013

Detentos em greve de fome bloqueiam câmeras, enfrentam os guardas e são contidos com balas de borracha. Dezenas são transferidos para celas individuais
Suspeitos de terrorismo confinados pelos Estados Unidos em uma prisão militar na base de Guantánamo, em Cuba, foram ontem removidos de celas coletivas para individuais, como punição por um início de rebelião. Um grupo de dezenas de detentos, que faz greve de fome em protesto pelo tratamento que recebem na prisão, entrou em confronto com os guardas, no sábado, depois de terem encoberto as câmeras de vigilância. Os militares dispersaram a manifestação com balas de borracha não letais e o confronto terminou sem feridos.

O porta-voz da prisão, Robert Durand, informou por meio de comunicado que a revolta começou quando os guardas resolveram restabelecer o sistema de vigilância. “Alguns detentos resistiram com armas improvisadas e, em resposta, foram alvejados com balas não letais”, detalhou Durand. “O comandante ordenou a transferência dos detentos das celas comuns para as individuais, para garantir a saúde e a segurança.”

De acordo com advogados, boa parte dos prisioneiros do bloco 6, que abriga 130 detentos, estão em greve de fome desde fevereiro. Eles alegam que os carcereiros “profanam” exemplares do Corão — livro sagrado do islã — em nome de controlar a troca ilegal de mensagens. O Departamento de Defesa dos EUA diz que atualmente são 43 os presos em greve de fome, mas defensores e grupos humanitários sustentam que o número seria maior. O movimento ganhou adesões depois que um grupo foi alimentado à força, por sondas, enquanto os demais cativos eram submetidos a castigos como temperaturas baixas e racionamento de água.

“A única coisa constante em Guantánamo é o abuso da força, o que parece desafiar a lógica e o bom senso”, protestou o advogado Barry Wingard, que representa dois detentos kuweitianos em greve de fome. Os defensores pedem a intervenção do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

As condições em que vivem os presos de Guantánamo sempre foram motivo de críticas dos defensores dos direitos humanos, que denunciam recorrentemente a prática de tortura. Desde 2002, a base americana em Cuba abriga suspeitos de terrorismo capturados depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. Em 2009, ao tomar posse, o presidente Barack Obama assinou um decreto-lei para fechar a prisão. Alguns dos detentos foram enviados a outros países, mas boa parte nem sequer foi formalmente acusada. Números oficiais informam que 166 suspeitos continuam na prisão.

Na semana passada, a Alto Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu para que todos os setores do governo americano cooperem com o objetivo de fechar a prisão. A comissária comentou a greve de fome. “Eu sempre peço que pensem em opções de protesto menos perigosas. Mas, dada a incerteza e a ansiedade dessa detenção prolongada e aparentemente indefinida, não me surpreende que a frustração resulte em medidas desesperadas”, disse. “Toda pessoa privada da liberdade tem direito, sob a lei internacional dos direitos humanos, a uma revisão regular da legalidade da sua detenção e a ser liberado, se a detenção for ilegal.”
Beyoncé patrulhada
A controvérsia em torno da visita da cantora pop Beyoncé e do marido, o rapper JaY-Z, a Cuba ganhou ontem mais um capítulo com os questionamentos do senador republicano Marc Rubio, cujo eleitorado se concentra na comunidade cubano-americana da Flórida. Na linha das críticas da oposição ao governo de Barack Obama, por ter facilitado a visita de americanos a Cuba, Rubio disse que “esses passeios turísticos proporcionam dinheiro e financiamento a um regime tirânico que mantém o controle sobre a ilha”. No início do mês, comemorando o aniversário de casamento, o casal foi fotografado em pontos turísticos de Havana Velha, bairro histórico da capital cubana. Em resposta às críticas, Jay-Z chegou a dizer que Obama sabia da viagem, mas foi desmentido pela Casa Branca.
Fonte: Correio Braziliense

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