Publicação: Sexta-feira, 26/04/2013 às 09:09:00
O líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, prometeu na quinta-feira levar sua contestação do resultado da eleição presidencial ao Tribunal Superior, caso a revisão feita pelas autoridades eleitorais não seja completa e convincente.
Capriles perdeu a eleição, realizada em 14 de abril, por menos de 2 pontos porcentuais, ou menos de 250 mil votos, para o presidente Nicolás Maduro, que fora escolhido pessoalmente pelo ex-presidente Hugo Chávez como seu sucessor.
A oposição alega a existência de irregularidades que podem ter afetado milhares de votos prejudicaram os resultados. Capriles se recusa a reconhecer o resultado até que os votos tenham sido examinados. A lei eleitoralexige uma auditoria de 54% das urnas, mas Capriles quer a recontagem total.
O Conselho Eleitoral Nacional concordou com a revisão na semana passada, mas não respondeu a Capriles, que exigiu que o processo tivesse início na quinta-feira.
"Não vamos participar de uma auditoria que é...uma zombaria com os venezuelanos", declarou Capriles durante aparição na rede de televisão Globovisión, ligada à oposição. O líder opositor disse que vai liderar um boicote à auditoria se o processo não incluir toda a documentação relevante usada na contagem dos votos.
Autoridades eleitorais disseram que a revisão será limitada aos dados reunidos eletronicamente e que não vão alterar o resultado. Maduro, que exercia o cargo interinamente, foi empossado na semana passada.
"Mentiram para o país", disse Capriles. "O próximo passo é pedir a impugnação do resultado no Judiciário." Ele afirmou que não espera uma decisão favorável do Supremo Tribunal, que é visto como um aliado do governo, mas afirmou que as provas que a oposição reuniu - que incluiriam o uso de identidades de pessoas mortas para angariar votos para Maduro - atrairão a atenção internacional e resultar em novas eleições.
As disputas entre Capriles e o governo podem resultar em novos confrontos de rua que até agora já deixaram nove mortos e dezenas de feridos. Capriles, que é governador do Estado de Miranda, acusa Maduro de ter vencido a eleição por meio de fraude.
Já autoridades do governo afirmam que Capriles e a oposição tentam aplicar um golpe de Estado e são responsáveispor toda a violência relacionada ao resultado eleitoral.
A morte de Chávez em março, após uma batalha de quase dois anos contra um câncer, levou à realização de eleições antecipadas no início deste mês. Críticos de Maduro dizem que o governo lançou uma onda de repressão aos dissidentes após os apertados resultados eleitorais.
A violência entre os dois lados pode se intensificar na próxima semana, já que há várias marchas planejadas para celebrar o Dia do Trabalho, em 1º de maio. As informações são da Dow Jones.
Fonte: Agencia Estado/clicabrasília
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