- 20/02/2014 20h18
- Brasília
Da Agência Brasil*
Edição: Nádia Franco
Ministros da União Europeia (UE) firmaram,
nesta quinta-feira (20), acordo com o presidente da Ucrânia, Viktor
Ianukovich, para convocação de eleições presidenciais e parlamentares
antecipadas, ainda neste ano, segundo informou hoje (20) o
primeiro-minsitro da Polônia, Donald Tusk. O acordo prevê também a
instalação, nos próximos dez dias, um governo de unidade nacional. Além
disso, o bloco europeu decidiu impor o congelamento dos bens e
restringir vistos para viagens aos ucranianos envolvidos em atos de
violência.
O secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Bruno Maçães,
considerou a decisão de aplicar "sanções individuais" a responsáveis por
violações de direitos humanos na Ucrânia, "positiva" e "eficaz". "São
sanções individuais, dirigidas às pessoas responsáveis por violações de
direitos humanos ou atos de violência. Não são sanções contra o povo da
Ucrânia, não são sanções contra a Ucrânia – achamos que isso seria
contraproducente, o povo ucraniano já tem sofrido bastante nos últimos
meses", afirmou Maçães.
A crise política na Ucrânia começou no final de novembro quando
milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a decisão do
presidente de suspender os preparativos para a assinatura de um acordo
de associação com a União Europeia e de aprofundamento das relações com a
Rússia.
Após várias semanas de calma, Kiev voltou, desde terça-feira (18), a
ser palco de violentos confrontos entre ativistas antigovernamentais e
forças de segurança. Os confrontos provocaram mais de 90 mortos, dos
quais 70 apenas nesta quinta-feira, segundo médicos que apoiam os
manifestantes. Também no confronto desta quinta, 67 policiais foram
feitos reféns pelos manifestantes.
O Parlamento da Ucrânia decidiu hoje proibir a operação
"antiterrorista" anunciada ontem (19) pelos serviços de segurança e
dirigida contra manifestantes extremistas e radicais. Dos 238 deputados
reunidos em sessão extraordinária da Rada (Parlamento ucraniano), apenas
dois se recusaram a votar pela proibição da operação, que foi aprovada
por nove votos.
A operação foi anunciada pelo chefe do Serviço de Segurança da
Ucrânia, Alexandr Yakimenko. As ações cobririam todo o país e poderiam
contar com a participação do Exército. Yakimenko não especificou a
natureza das medidas previstas. Pouco antes, o Ministério do Interior
anunciou que armas de guerra tinham sido entregues às forças de
segurança e a polícia admitiu usar balas reais.
No campo diplomático, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou
que vai enviar à capital, Kiev, a pedido do presidente ucraniano, um
representante para participar de mediação com a oposição. Putin, a
chanceler alemã, Angela Merckel, e o presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, destacaram, a necessidade de “encontrar, o mais
rapidamente possível, uma solução política para a crise na Ucrânia”.
Segundo nota divulgada após conversas telefônicas entre os três líderes,
“o banho de sangue deve cessar”.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da França, da Alemanha e da
Polônia estão em Kiev tentando conseguir o fim dos confrontos. Após
reunião, no entanto, Vitali Klitschko, um dos líderes da oposição na
Ucrânia, disse que ainda não há acordo para a saída do país da atual
crise. O chefe da diplomacia polonesa, Radoslaw Sikorski, disse no
Twitter que "foram realizados progressos" nas negociações, mas ressaltou
que "persistem importantes divergências".
*Com informações da Agência Lusa
Fonte: Agência Brasil
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