- 20/02/2014 20h16
- Brasília
Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil
Edição: Fábio Massalli
Ao viajar neste domingo (23) à
Bélgica para a 6ª Cúpula Brasil-União Europeia, a presidenta Dilma
Rousseff deverá discutir a viabilidade da construção de um cabo ótico
submarino para facilitar a comunicação eletrônica com a Europa. O
projeto se tornou uma das prioridades do governo brasileiro depois que
vieram à tona suspeitas de espionagens dos Estados Unidos a cidadãos de
vários países, dentre eles a própria presidenta.
“Estamos trabalhando na questão da arquitetura financeira desse
projeto, que é importante porque vai criar um novo canal, uma nova via
de comunicação de alta velocidade”, informou o subsecretário-geral de
Assuntos Políticos do Itamaraty, Antonio da Rocha Paranhos. Segundo ele,
ainda é preciso decidir como será financiada a empreitada.
“O nosso interesse é explorar com os europeus a questão da
participação europeia na arquitetura financeira do projeto”, explicou.
Paranhos disse que o projeto, além de fortalecer a segurança da
internet, trará benefícios nas áreas de educação, pesquisa, inovação e
comércio.
A Cúpula Brasil-União Europeia, que se inicia nesta segunda-feira
(24), vai lançar um grupo de trabalho sobre temas econômicos e adotar um
plano de competitividade e investimentos entre o país e o bloco. O
evento reúne inicialmente a presidenta Dilma e os presidentes do
Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel
Durão Barroso, e depois outros representantes dos dois lados também
participam das conversas.
Principal parceiro comercial e principal investidor externo do
Brasil, a União Europeia é responsável por mais de 20% do comércio
exterior com o país. Em 2013, o volume de comércio com o bloco ficou em
US$ 98,5 bilhões de dólares.
Além do cabo de fibra ótica, outros temas relacionados à internet
devem ser tema das reuniões. De acordo com o subsecretário-geral, o
motivo é a promoção, em abril, de uma conferência global sobre
governança na internet. A presidenta deve reforçar o convite para que os países da União Europeia participem do evento, que ocorre em São Paulo nos próximos dias 23 e 24 de abril .
A presidenta também deve defender o regime tributário diferenciado
adotado pelo Brasil em regiões como a Zona Franca de Manaus. Em
dezembro, a União Europeia iniciou uma consulta à organização
internacional questionando medidas fiscais que prejudicariam o comércio
de produtos estrangeiros com “ajuda proibida” aos exportadores
nacionais. Dilma espera que, com mais conhecimento sobre a questão, o
bloco desista de levar a discussão para um painel da Organização
Mundial do Comércio (OMC).
A presidenta deve, ainda, encontrar-se com o primeiro-ministro da
Bélgica, Elio Di Rupo, e participar da cerimônia de encerramento da 6ª
Cúpula Empresarial Brasil-União Europeia. Do lado brasileiro, a reunião
empresarial é promovida pela Confederação Nacional da Indústria e pela
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.
“Ao final da cúpula, a presidenta e as autoridades europeias adotarão
um importante comunicado conjunto, que tratará não só das relações
Brasil-União Europeia mas toda uma série de temas globais da realidade
internacional”, declarou Antonio da Rocha Paranhos em entrevista a
jornalistas.
Fonte: Agência Brasil
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