Publicação:
18/02/2014 18h26
Localização: São Paulo
18/02/2014 18h26
Localização: São Paulo
Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil
Edição: Beto Coura
A Justiça Federal em São Paulo
aceitou denúncia contra 11 acusados de participar de um esquema de
propinas para beneficiar o grupo francês Alstom em contratos com o
governo paulista. O juiz Marcelo Costenaro Cavali estipulou prazo de dez
dias para que os réus apresentem defesa, e retirou o sigilo do
processo. Os envolvidos respondem por corrupção ativa, lavagem de
dinheiro e corrupção passiva.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), entre 1998 e
2002, Jonio Foigel e Thierry Charles pagaram R$ 23,3 milhões, em valores
atualizados, como propina. A corrupção envolveu, de acordo com o MPF,
funcionários públicos da Eletropaulo (estatal à época), da Engenharia e
Planejamento em Transmissão de Energia (EPTE), do Tribunal de Contas do
Estado e da Secretaria de Energia do Estado de São Paulo.
O esquema, comandado por Charles, Foigel e Daniel Huet consistia em
aliciar funcionários com poder de decisão no governo estadual para
garantir operações benéficas à Alstom. Eles atuavam com a ajuda de
intermediários, como Cláudio Mendes e Sabino Indelicato, que aproveitam a
proximidade com o governo para favorecer o grupo francês.
Os envolvidos recebiam, segundo a denúncia, propina como se fosse
pagamento a contratos falsos de consultoria. Parte do dinheiro era
enviado para o exterior de maneira irregular, especialmente para bancos
na Suíça e em Luxemburgo, e trazidos de volta ao Brasil com a ajuda de
doleiros. As propinas chegaram a 15% do valor total do contrato que, à
época, totalizou R$ 68 milhões. Com os pagamentos, a Alstom conseguiu
firmar, sem licitação, um termo para fornecimento de equipamentos e
serviços para o Sistema Eletropaulo.
Respondem por corrupção passiva, o presidente da EPTE, José Sidnei
Martini, e o diretor técnico da empresa, Celso Sebastião Cerchiari. Por
corrupção ativa, é réu Jean Pierre Courtadon, além de Mendes, Charles,
Indelicato e Foigel. Todos os citados são acusados de lavagem de
dinheiro, crime que foi praticado também, de acordo com o MPF, por Romeu
Pinto Júnior, José Geraldo Villas Boas, Jorge Fagalli Neto e Daniel
Huet.
Por meio de nota, a Alstom disse que as acusações se referem a temas
“do começo dos anos 2000 ou anteriores”, e que atualmente tem
implementado regras “estritas de conformidade e ética que devem ser
aderidas por todos os funcionários”. A empresa ressaltou que nenhum dos
acusados trabalha atualmente no grupo.
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário
comente