- 18/02/2014 20h11
- São Paulo
Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil
Edição: Stênio Ribeiro
A Justiça Federal em São Paulo autorizou a
abertura de inquérito policial para investigar se o vereador Andrea
Matarazzo (PSDB) está envolvido em um esquema de corrupção com a empresa
Alstom. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF),
entre 1998 e 2002, representantes da empresa ofereceram cerca de R$
23,3 milhões, em valores atualizados, para fraudar contratos de
manutenção e fornecimento de equipamentos para o sistema elétrico. Na
ocasião, Matarazzo era secretário estadual de Energia.
O juiz substituto da 6ª Vara Criminal, Marcelo Costenaro Cavali,
decidiu pela abertura da investigação, após aceitar denúncia contra 11
acusados de participar do esquema de corrupção. Eles responderão por
lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.
Segundo a denúncia, os envolvidos recebiam os valores por meio de
contratos falsos de consultoria. Parte do dinheiro era enviado para o
exterior de maneira irregular, especialmente para bancos na Suíça e em
Luxemburgo, e trazidos de volta ao Brasil com a ajuda de doleiros. As
propinas chegaram a 15% do valor total dos contratos que, à época,
somaram R$ 68 milhões.
Na
decisão, Cavali ressalta que apesar de não haver indícios suficientes
para denunciar Matarazzo, as suspeitas justificam uma apuração dos
fatos. “No que diz respeito especificamente a Angelo Andrea Matarazzo,
pessoas submetidas à sua esfera de comando hierárquico foram tidas como
beneficiárias de propinas. Além disso, há ao menos indício de que o
próprio partido político ao qual é filiado e a própria Secretaria de
Energia, dirigida por ele - conquanto em curto espaço de tempo - tenham
sido beneficiários de valores indevidos”, destaca o magistrado.
O juiz lembra que o MPF ainda aguarda o envio de documentos pelas
autoridades da Suíça. Também serão investigados no novo inquérito
Eduardo Bernini, Michel Louis Mignot, Yvez Jaques de La Serre e Patrick
Morancy.
O advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, que defende Matarazzo,
disse que a abertura da investigação causou “estupefação”, porque o
assunto já foi investigado, sem que tenham sido encontrados indícios que
incriminem o vereador. “O inquérito instaurado não possui nem causa,
nem objeto. Com efeito, não se aponta nenhuma suspeita, nem se diz qual a
finalidade das investigações”.
Fonte: Agência Brasil
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