11/01/2014 - 11h32
Mariana Jungmann*
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília
- Depois de oito anos em coma, morreu hoje (11), em Tel Aviv, o
ex-primeiro-ministro de Israel Ariel Sharon. A informação foi confirmada
pelo gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Sharon estava em estado vegetativo desde que sofreu um acidente
vascular cerebral (AVC), em 2006, e teve falência múltipla dos órgãos.
Os médicos informaram à imprensa, desde o início de janeiro, que as
possibilidades de recuperação do ex-premiê eram mínimas e que seu estado
era crítico.
Quando entrou em coma permanente, Sharon exercia o cargo de
primeiro-ministro, que assumiu em março de 2001, sendo substituído por
Ehud Omert. Ele morreu aos 85 anos, e a imprensa israelense já havia
divulgado que Sharon sofria de insuficiência renal.
De formação militar, Ariel Sharon comandou as tropas israelenses em
diversos combates, especialmente contra alvos palestinos. Foi ministro
da Defesa na década de 1980, quando comandou a invasão de Beirute,
capital libanesa. Entretanto, foi obrigado a deixar o cargo depois de
ter sido responsabilizado pela morte de centenas de palestinos em um
campo de refugiados controlado por Israel.
Apesar disso, Ariel Sharon voltou a assumir o comando de outros
ministérios em diversos governos até se eleger primeiro-ministro pelo
partido conservador Likud, que ele próprio ajudou a fundar na década de
1970. O ex-primeiro-ministro era forte defensor da colonização dos
territórios em conflito com os palestinos. No entanto, em uma tentativa
de amenizar os conflitos com os palestinos, principalmente com os
radicais do Ramas e do Fatah, tomou a polêmica decisão de retirar os
israelenses da Faixa de Gaza e abandonar assentamentos judeus na região.
O plano de retirada israelense encabeçado por Sharon foi motivo de
duras críticas internas e provocou rachas no Likud. O
ex-primeiro-ministro era acusado de ter dividido o país. No mesmo ano –
2005 - em que o plano começou a ser executado, o então ministro de
Finanças, Benjamin Netanyahu, apresentou candidatura própria à
presidência do partido e pediu o adiantamento das eleições primárias que
ocorreriam em 2006. No entanto, Sharon venceu as eleições novamente e
se manteve no cargo.
Ao fim daquele ano ele sofreu o primeiro derrame, mais leve e com
sequelas menos graves. Poucos meses depois, um segundo AVC provocou o
coma permanente que durou quase oito anos. Ariel Sharon ficou viúvo duas
vezes e teve três filhos, um com a primeira esposa, morto quando ainda
era criança, e os outros dois com a segunda.
* Com informações da Agência Lusa
Edição: Marcos Chagas
Fonte: Agência Brasil
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