Governador tentará lançar aliado e, ao mesmo tempo, preservar frente que reúne tanto PT quanto PMDB
Daniel Cardozo
daniel.cardozo@jornaldebrasilia.com.br
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A próxima composição política do estado do Ceará começará a ser desenhada quando o atual governador, Cid Gomes (Pros) anunciar seu futuro. Ainda não se sabe quem será o o nome apoiado por ele, mas sairá como favorito ao Palácio da Abolição. A única vaga em jogo no Senado também depende da bênção de Cid para que o cenário político comece a se desenrolar.
Como aconteceu nas últimas eleições, a tendência é que Cid decida seu futuro aos 45 minutos do segundo tempo, o que, se tratando de eleições, significa um desfecho em junho, a quatro meses das eleições.
Maior da história
A base de Cid é a maior da história do Ceará. O grupo que apoia o governo já contou com o aval do ex-governador Tasso Jereissati (PSDB), expelido do grupo e derrotado quando buscou a reeleição ao Senado em 2010. O PT faz parte da base do apoio, mas uma ala do partido, ligada à ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, faz oposição e defende, inclusive, candidatura própria da legenda ao governo.
Também integrante da base de Cid, o senador Eunício Oliveira (PMDB) já se lançou candidato e tem percorrido o estado para dar força às pretensões. O aval da executiva nacional do partido foi dado e, pelo menos oficialmente, a intenção é convencer o governador a apoiar Eunício como seu sucessor, mas caso isso não aconteça, ele poderá lançar-se como candidato independente. O PMDB do Ceará ainda não tomou decisão.
Dentro da base governista, são quatro os nomes na disputa pelas bênçãos de Cid: o deputado Mauro Benevides Filho, ex-secretário de Fazenda; Leônidas Cristino, ex-prefeito de Sobral, cidade do governador, e ex-ministro dos Portos; Izolda Cela, secretária de Educação; e Zezinho Albuquerque, presidente da Assembleia Legislativa.
Esposa do prefeito de Sobral, Veveu Arruda, Isolda teria mais chances de preservar a união entre Pros e o partido da presidenta Dilma. Mauro Filho e Cristino são aliados antigos. A estratégia de Zezinho Albuquerque é vincular a sua imagem a do governador.
A ex-prefeita da capital, Luizianne Lins (PT), é cotada para se lançar candidata e poderia fazer oposição ao candidato do governo. Entretanto, pesa contra ela o índice de rejeição divulgado em pesquisas recentes.
Irmão de Genoino quer tentar Senado
Assim como no Distrito Federal, o Ceará só vai ter uma cadeira no Senado em disputa. Estão cotados para a candidatura o deputado federal José Guimarães (PT), irmão de José Genoíno, e o senador Inácio Arruda (PCdoB), que está chegando no final do mandato, o ainda influente Tasso Jereissati (PSDB) e o deputado estadual Heitor Férrer (PDT).
Uma candidatura de José Guimarães — prejudicado também pelo escândalo do flagrante dos dólares escondidos na cueca de um assessor, no aeroporto de Brasília — viria para desunir a esquerda cearense, já que Inácio Arruda já anunciou que é candidato. O ex-governador Tasso Jereissati só entraria para ganhar.
Pesquisas
Em uma pesquisa feita pelo instituto Vox Populi em outubro, o líder na disputa para o governo foi o senador Eunício Oliveira (PMDB), com 42%. O segundo colocado foi o deputado estadual Mauro Filho (PSB), ex-secretário da Fazenda. A ex-prefeita Luizianne Lins (PT) apareceu com 16% das intenções de voto em simulação contra Eunício.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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