Ana Cristina Campos - Agência Brasil
20.01.2014 - 11h57 | Atualizado em 20.01.2014 - 12h09
Brasília – Relatório divulgado hoje (20) pela Organização Internacional
do Trabalho (OIT) revela que, em 2013, o número de desempregados no
mundo aumentou 5 milhões. Com isso, o número de pessoas sem emprego é
cerca de 202 milhões, o que representa uma taxa de desemprego mundial de
6%. Segundo o relatório Tendências Mundiais de Emprego 2014, a fraca
recuperação da economia mundial não foi capaz de levar a uma melhora no
mercado de trabalho.
No ano passado, a maior parte do aumento do desemprego mundial foi
registrada nas regiões da Ásia Oriental e da Ásia Meridional que,
juntas, representam 45% das pessoas em busca de emprego, seguidas da
África Subsaariana e da Europa. Por outro lado, a América Latina
contribuiu com menos de 50 mil desempregados para a cifra mundial do
desemprego.
De acordo com a OIT, se a tendência atual se mantiver, o desemprego
mundial continuará piorando e pode chegar a 215 milhões de pessoas em
2018. Nesse período, serão criados cerca de 40 milhões de novos empregos
por ano, que representa um número menor do que os 42,6 milhões de
pessoas que entram no mercado de trabalho anualmente.
O estudo destaca que a recuperação mundial do mercado laboral está
sendo freada pelo déficit na demanda agregada. “Em muitas economias
desenvolvidas, as drásticas reduções do gasto público e o aumento dos
impostos sobre a renda e o consumo impõem uma carga pesada sobre as
empresas privadas e as famílias”, disse a OIT.
“O que necessitamos com urgência é repensar as políticas. Devemos
intensificar nossos esforços para acelerar a geração de empregos e
apoiar as empresas que criam empregos”, disse o diretor-geral da OIT,
Guy Ryder.
A duração do desemprego prolongou-se de maneira considerável, de acordo
com a organização. Em países da zona do euro, como a Grécia e a
Espanha, quem procura trabalho necessita do dobro do tempo – de 8 a 9
meses - para encontrar um emprego do que antes da crise financeira de
2008. Assim, “um número cada vez maior desses potenciais trabalhadores
fica desalentado e sai da força de trabalho”, ressalta a OIT. Cerca de
23 milhões de pessoas abandonaram o mercado em 2013.
“Quando se estima que 23 milhões de pessoas abandonaram a busca de
trabalho, é imperativo que sejam implantadas políticas ativas do mercado
laboral com maior vigor para enfrentar a inatividade e o desajuste de
qualificações”, assinalou o chefe da Unidade de Tendências do Emprego da
OIT e principal autor do relatório, Ekkehard Ernst.
Segundo o estudo, o emprego informal continua alto e representa cerca
de 48% do mercado de trabalho. Segundo a OIT, o ritmo de melhoria na
qualidade do emprego está diminuindo, o que significa que um número
menor de pessoas está saindo da pobreza. Em 2013, o número de
trabalhadores em situação de extrema pobreza diminuiu apenas 2,7% em
âmbito mundial, uma das taxas mais baixas da última década. São 375
milhões de trabalhadores vivendo com menos de US$ 1,25 dólar por dia.
O relatório acrescenta que uma mudança urgente rumo a políticas mais
favoráveis para o emprego e a um aumento da renda derivada do trabalho
impulsionariam o crescimento econômico e a criação de emprego. Além
disso, para a OIT, é fundamental fortalecer a proteção social e a
transição para o emprego formal.
Edição: Graça Adjuto
Fonte: Agência Brasil
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