18/12/2013 - 19h30
- Economia
Mariana Branco
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior aprovou hoje (18) a
abertura de consulta sobre retaliação aos Estados Unidos pelo fato de o
país ter suspendido os pagamentos mensais de indenização ao Brasil por
subsídios ilegais concedidos ao algodão.Repórter da Agência Brasil
Segundo nota divulgada pelo ministério, as
consultas são um ato preparatório para uma eventual retaliação, que se
daria no âmbito da propriedade intelectual. Ou seja, o Brasil, amparado
pelas normas da Organização Mundial do Comércio (OMC), deixaria de pagar
royalties de direito autoral aos Estados Unidos.
A abertura das consultas ocorrerá no dia 2
de janeiro e as partes interessadas poderão se pronunciar até o final
do mês. A Camex determinou, ainda, a continuidade dos trabalhos, até 28
de fevereiro do próximo ano, de um grupo criado para identificar e
formular propostas de retaliação.
Segundo o ministro da Agricultura, Antônio
Andrade, que falou à imprensa ao sair da reunião da Camex , só haverá
decisão final sobre a retaliação ao fim das atividades desse grupo. "É
natural a demora [da decisão]. Não podemos retaliar sem ter todos os
estudos em mãos", declarou.
O contencioso do algodão durou quase oito
anos e o valor da retaliação autorizado ao Brasil e determinado pelos
árbitros da OMC foi o segundo maior da história. A OMC concedeu ao
Brasil, em 2009, o direito de retaliar os Estados Unidos no valor total
de US$ 829 milhões (cerca de R$ 1,9 bilhão).
Em 2010, às vésperas do início da
retaliação pelo Brasil, os EUA propuseram acordo provisório. Foi
suspensa a aplicação da retaliação e o governo norte-americano passou a
fazer pagamentos anuais de US$ 147,3 milhões ao Instituto Brasileiro do
Algodão. Os repasses deveriam durar até a aprovação da nova lei agrícola
dos EUA. No entanto, a legislação não foi aprovada e, em setembro deste
ano, os norte-americanos suspenderam os pagamentos.
A suspensão dos pagamentos foi anunciada
em agosto passado pelo secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Tom
Vilsack, que justificou a decisão alegando os cortes automáticos de
gastos no governo. Em outubro, o ministro da Agricultura brasileiro
informou que o país enviaria, por meio do Itamaraty, comunicado aos Estados Unidos "demonstrando indignação" pelo fato de o país ter suspendido os pagamentos mensais ao Brasil.
Edição: Davi Oliveira
Fonte: Agência Brasil
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