21/12/2013 - 18h01
- Nacional
Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A presença da Polícia Militar (PM) frustrou uma
manifestação marcada para acontecer na tarde de hoje (21) no Shopping
Campo Limpo, zona sul paulistana. Os chamados “rolezinhos” vêm
acontecendo em shoppings da cidade como protesto contra o
projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal no início do mês que
proibiu a realização de bailes funk. O projeto ainda precisa
ser sancionado pelo prefeito Fernando Haddad. Os jovens, então, marcam
encontros onde dezenas de pessoas vão aos centros comerciais. Em alguns,
casos houve tumulto e detenções.
Hoje, pelo menos oito homens da Força Tática entraram com armas de balas de borracha e granadas de gás no shopping,
que estava cheio com o movimento para o Natal. Os policiais chegaram a
abordar grupos de jovens dentro do centro comercial, que acabaram
deixando o local. Na página que chamava para o encontro no Facebook,
alguns jovens atribuíram à presença da PM o fracasso da manifestação. A
polícia também estava com homens, viaturas e motos nas entradas e no
estacionamento do shopping.
No início da tarde, em resposta à Agência Brasil, a PM informou que estava atenta a “possíveis problemas” no shopping,
mas como a segurança do local é feita por empresa privada, só atuaria
se fosse acionada, casou “atentado à ordem pública”. A assessoria de
imprensa do Shopping Campo Limpo não se manifestou.
Para o sociólogo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, João Clemente Neto, as manifestações em shoppings
estão ligadas à carência de locais para lazer e cultura. “Se você for
em alguns lugares, mesmo nos bairros da classe média, você não encontra
espaço para isso. Se você pegar a cidade de São Paulo, quantos milhões
de jovens e adolescentes nós temos? E os espaços para livre manifestação
são minúsculos”, ressaltou o professor que trabalha com crianças e
adolescentes em situação de vulnerabilidade.
Para Neto, os jovens optam por se manifestar nos shoppings
pela visibilidade dos locais e pela mensagem que eles tentam passar.
“Tudo que nós falamos de consumo, que ele quer ver e quer consumir,
aparece no shopping. E ao mesmo tempo é uma forma de
resistência, porque ali é o espaço do consumo. Então, quando você fala
ali, é uma forma de se autorreconhecer, daquele grupo se reconhecer
naquele espaço”, concluiu.
Edição: Denise Griesinger
Fonte: Agência Brasil
Fonte: Agência Brasil
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