- 09/03/2014 13h14
- Brasília
Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil
Edição: Beto Coura
A presidenta Dilma Rousseff condenou o preconceito
racial sofrido pelo árbitro Márcio Chagas da Silva e pelo jogador
Arouca na última quarta-feira (5). Segundo ela, o futebol foi “manchado
pelas cenas de racismo” contra os dois brasileiros.
Márcio Chagas foi alvo de ofensas durante partida do campeonato
gaúcho em Bento Gonçalves (RS). Após o jogo entre Esportivo e
Veranópolis, o carro do juiz foi encontrado com marcas de depredação e
com duas bananas, uma referência ao termo macaco, pelo qual parte dos
torcedores o chamou.
Arouca
concedia entrevista após fazer um gol pelo Santos contra o Mogi Mirim,
partida do campeonato paulista, quando também foi chamado de macaco.
Depois do episódio, o atleta gravou um vídeo e publicou uma nota
condenando os xingamentos racistas.
“Tenho a pele negra, cabelo afro e visto o mesmo manto branco que
vestia o rei [Pelé]. Carrego orgulho no peito e sou muito grato a Deus
por tudo isso”, afirmou no vídeo, se referindo à sua careira e aos
títulos conquistados.
Segundo a presidenta, a Copa do Mundo deste ano será um evento pela
paz e contra o racismo. “Estou convidando líderes religiosos do mundo a
enviarem manifestações contra o racismo e pela paz”, escreveu em sua
conta pessoal no Twitter, após informar que combinou com a Organização
das Nações Unidas e com a Federação Internacional de Futebol (Fifa) para
que campeonato mundial sirva para combater o preconceito.
“Márcio e Arouca têm toda a minha solidariedade, assim como de todos
os brasileiros. É inadmissível que o Brasil, a maior nação negra fora da
África, conviva com cenas de racismo”, declarou Dilma, que já tinha se
manifestado contra o racismo sofrido pelo jogador Tinga.
Fonte: Agência Brasil
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