09/01/2013 - 6h37
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A menos de cinco meses da eleição do novo diretor-geral
da Organização Mundial do Comércio (OMC) para o período 2013-2017, o
Brasil está em campanha para tentar eleger o embaixador brasileiro
Roberto Carvalho de Azevêdo. O diplomata enfrenta mais oito candidatos e
tenta garantir o apoio dos latino-americanos, dos africanos e de alguns
asiáticos à sua campanha. Azevêdo defende a busca pelo consenso nas
negociações e o estímulo à integração das menores economias no órgão.
No próximo dia 29, os nove candidatos apresentarão suas propostas e a
eleição ocorrerá em 31 de maio. A OMC é a organização internacional que
supervisiona o comércio entre os países e implementa os acordos
negociados nas rodadas multilaterais, além de coordenar a negociação de
novas regras de comércio. A sede da organização fica em Genebra, na
Suíça.
Além de Azevêdo, concorrem à direção-geral da OMC Alan John Kwadwo
Kyerematen, de Gana; Anabel González, da Costa Rica; Mari Elka Pangestu,
da Indonésia; Tim Groser, da Nova Zelândia; Amina C. Mohamed, do
Quênia; Ahmad Thougan Hindawi, da Jordânia; Herminio Blanco, do México, e
Taeho Bark, da Coreia do Sul.
O nome de Azevêdo tem o apoio da presidenta Dilma Rousseff e de
distintos setores do governo, como o Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior. Para especialistas, o embaixador
consolida uma candidatura de governo e não apenas de um setor
específico. O comando da OMC é exercido pelo diretor-geral, presidente
do órgão revisor e presidente do mecanismo de controvérsias.
Tradicionalmente, se para um dos três cargos é designado um
representante de país em desenvolvimento, para as demais funções são
escolhidos nomes de países desenvolvidos. A eleição do novo
diretor-geral ocorre por meio de um consenso, pois, em geral, a
concorrência fica entre dois ou três candidatos, depois que os demais
postulantes constatam que não contam com o apoio que necessitam.
Diplomata de carreira, Azevêdo, de 55 anos, é o representante
permanente do Brasil na OMC, na Organização Mundial da Propriedade
Intelectual (Ompi), no Conselho das Nações Unidas para o Comércio e
Desenvolvimento (Unctad), e na União Internacional de Telecomunicações
(UIT). Ele construiu sua carreira na área de economia e comércio
internacional, em especial de resolução de litígios.
Como responsável pela área de Assuntos Econômicos e Tecnológicos do
Ministério das Relações Exteriores, Azevêdo foi o negociador-chefe do
Brasil para a Rodada Doha (ciclo de negociações para liberalização do
comércio mundial, iniciado em 2001) e supervisionou as negociações do
Mercosul com os países fora da América Latina. Formado em engenharia
elétrica, o embaixador é apontado como um dos mais preparados
especialistas em política comercial do governo brasileiro.
Edição: Graça Adjuto
Fonte: Agência Brasil
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