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terça-feira, 21 de julho de 2015

Cunha aceita acareação, mas diz que o mesmo deve ser feito com outros políticos

20/07/2015 19h58
Rio de Janeiro
Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse hoje (20), em evento partidário no Rio de Janeiro, que não se opõe a uma acareação com o ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo, contanto que outras acareações sejam feitas, incluindo uma entre a presidenta Dilma Rousseff e o doleiro Alberto Youssef.

“Não tenho nenhum problema, faço acareação com quem quiser, a qualquer tempo, mas aproveita e chama o [ministro Aloizio] Mercadante [chefe da Casa Civil da Presidência da República] e o [ministro] Edinho Silva [secretário de Comunicação da Presidência] para acareação com o Ricardo Pessoa e a presidenta Dilma [Rousseff] para acareação com o Youssef. Acho justo que haja acareação de todos os que foram citados”, afirmou o deputado.

“É preciso convocar todos os que estão em contradição, pois, quando os ministros Mercadante e Edinho negam o que foi colocado pelo delator Ricardo Pessoa, ou quando a presidenta Dilma nega o que foi colocado pelo delator Yousseff, é preciso que se faça a acareação de todos”, acrescentou o presidente da Câmara.

O pedido de acareação entre Cunha e Camargo foi protocolado na manhã de hoje (20) na secretaria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. A comissão pode decidir a qualquer momento se acata o requerimento da deputada federal Eliziane Gama (PPS-MA), uma vez que, pelo Regimento Interno da Casa, a CPI pode funcionar normalmente durante o recesso parlamentar, que só terminará em 1º de agosto.

Cunha reafirmou que não buscará vingança contra o governo como presidente da Casa. “Manteremos uma pauta com independência, [com] harmonia entre os Poderes e nenhuma pauta bomba. Não queremos tacar fogo no país. Mudei meu alinhamento político com relação ao governo, mas não significa que meu papel como presidente da Câmara vai mudar”, explicou.

O deputado anunciou rompimento com o governo na sexta-feira (17), após sair na imprensa a acusação de Júlio Camargo, de que Cunha recebeu US$ 5 milhões para viabilizar um contrato de navios-sonda da Petrobras para a empresa Toyo Setal.

Edição: Stênio Ribeiro

Fonte: Agência Brasil

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