21/07/2015 15h59
Rio de Janeiro
Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil
Parte dos atletas brasileiros que disputaram as competições de vela nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, desembarcou hoje (21) no Rio de Janeiro com seis medalhas. Para o coordenador técnico da equipe, Torben Grael, o desempenho foi bom, mas refletiu a prioridade dada às Olimpíadas de 2016.
"A quantidade de medalhas foi boa. Teve menos ouro, mas acho que é normal. A gente não foi para competir nos Jogos Pan-Americanos com foco no Pan. O foco é a Olimpíada. O Pan foi um campeonato excepcional, de vento muito fraco, e a gente sabia que ia ser assim”, disse Torben. "Pegar o atleta que está fazendo campanha olímpica e fazer perder peso só por causa do Pan é um desgaste que não interessa muito à gente. O resultado [do Pan] foi bom", acrescentou.
O Brasil conquistou seis medalhas na vela e ficou com o maior número de pódios, apesar de ter voltado para casa com um ouro a menos que a Argentina, que ficou com a primeira colocação no ranking.
Os atletas brasileiros ganharam medalhas nas classes olímpicas da vela, mas não subiram ao pódio em quatro classes que estão no campetição e não fazem parte do calendário olímpico: "Nosso foco está todo nessa participação [nas Olimpíadas]. Podemos dar mais atenção às classes pan-americanas no próximo Pan. Concentramos esforços nas classes olímpicas, e isso se reflete no resultado," reconheceu Torben Grael, ao destacar que a competição foi boa também para dar aos atletas experiência em grandes eventos esportivos, como o convívio na vila.
Ganhador de diversas medalhas em Olimpíadas, Jogos Pan-Americanos e campeonatos mundiais, Torben Grael, de 55 anos, disse que a vela é um esporte em que cada dia de competição é imprevisível e comparou as condições do vento em Toronto e no Rio: "A raia do Rio tem vento fraco também, mas não é tão fraco. Tem raia de vento forte, médio e fraco. Isso destaca a pessoa que tem uma performance média boa. Em Toronto, foi extremamente fraco, mais fraco que o programado."
A ganhadora da medalha de ouro na classe RS:X, Patrícia de Freitas, acredita que o vento fraco contou a seu favor. "Toronto é um lugar de vento fraco, e isso para mim é bom, porque sou bem leve, comparada com as outras velejadoras, e também sou mais forte. Então, quando parte para a grosseria, me garanto mais", brincou.
O vencedor da mesma classe entre os homens, Ricardo Winicki, o Bimba, comemorou a medalha de ouro, mas ressaltou que é preciso estar com o pé no chão, porque o nível nos Jogos Pan-Americanos é bem mais baixo do que nas Olimpíadas. "O foco da vela mundial está na Europa", afirmou Bimba. Apesar disso, ele destacou que o nível da competição está aumentando, como o esporte de modo geral. "Em todos os esportes. Todo mundo está investindo cada vez mais. Todo mundo filma e treina parecido."
Edição: Valéria Aguiar
Fonte: Agência Brasil
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