São Paulo
Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto
A capital paulista recebe até domingo (12) o 1º Encontro Internacional de Mulheres Palhaças. São dez espetáculos em cartaz em seis espaços da cidade, contemplando apresentações de rua, musicais e cabarés. “O cabaré é um espetáculo de variedades. Você tem vários números cômicos e técnicas e habilidades circenses, ou mágica e ilusionismo”, explica a idealizadora do evento, Andréa Macera. “O cabaré é primordial para ficar testando números e aprimorando o trabalho, é o contato com o público”, acrescentou, ao comentar o gênero que está representado por três espetáculos na mostra que começou ontem (6).
O projeto surgiu depois de Andréa conhecer um encontro semelhante no Rio de Janeiro. “Eu abri um curso que se chama Escola de Palhaças e comecei a dar aulas só para mulheres. E foi muto legal porque começamos uma pesquisa”, conta a artista. Com o amadurecimento do trabalho, Andréa resolveu montar uma mostra em São Paulo, a exemplo do que já existia não só no Rio, mas também em Brasília e no Recife.
Os encontros e a pesquisa ajudam, segundo Andréa, a consolidar as mulheres nesse tipo de humor. “É um mundo masculino. Era um mundo ocupado pelos homens. As mulheres começaram a ocupar esse lugar há 50 anos. É muito jovem isso”, destacou a artista, que apresenta um solo a partir de temas masculinos no festival. “Há uma delegacia, um bar, um trem suburbano, coisas bem do lado B da vida. É um pouco a visão da Mafalda, uma palhaça, que vai vivendo essa história que é meio de suspense, de crime”, conta a respeito da peça Sobre Tomates, Tamancos e Tesouras, que encerra a mostra no Sesc Bom Retiro.
Há ainda atrações internacionais, como o espetáculo Paraíso na Terra, da austríaca Elke Maria Riedman. O texto foi desenvolvido a partir do aprofundamento de um personagem que a palhaça interpretava em festas de casamento e aniversários. “Essa pequena garçonete servia as mesas e falava com as pessoas”, conta sobre a personagem que, apesar da pouca instrução, busca soluções para grandes problemas da humanidade. “É tragicômico. É uma figura bem palhaça, mas ela está pensando em grandes problemas do mundo. E é trágico porque é verdade que morrem de fome na África”, completa.
Elke disse ainda que gosta muito de frequentar encontros como esse, pelas possibilidades de trocar experiências com pessoas que fazem a mesma arte. “ É a única oportunidade de encontro de palhaças de vários países do mundo”, destacou.
A programação completa pode ser vista na página do evento.
Fonte: Agência Brasil
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