17/10/2014 22h54
18/10/2014 07h39
Brasília
Michèlle Canes Edição: Aécio Amado
A situação da mulher no Brasil e no mundo esteve em debate durante os três dias do Seminário Internacional Mulheres: Fome, Pobreza e Tráfico Humano, em Brasília. Hoje (17), no último dia do evento promovido pela Cáritas Brasileira, organização humanitária vinculada à Igreja Católica, integrantes das regionais da entidade e dos movimentos participantes do seminário se reuniram, em grupos, a fim de discutir como tudo que foi tratado no encontro poderá ser levado para os estados. “A gente tem a expectativa de que os grupos que estão trabalhando em macrorregiões do Brasil possam ser propositivos”, disse Marcelo Lemos, assessor nacional de formação da Cáritas. Segundo ele, é preciso unir cada vez mais os movimentos para fortalecer a agenda de debates sobre as mulheres.
Hortência Mendes, assessora de projetos da Cáritas no Piauí, abordou diversas questões, entre elas, a do racismo. “Como podemos pensar em políticas para as mulheres, pensar em desenvolvimento sustentável e solidário, em uma nova economia, se a gente não tiver resolvido, na nossa vida e no nosso país, a questão do racismo?”, indagou.
A equidade de gênero e a participação na tomada de decisões foram outros pontos ressaltados por Hortência, que lembrou também as dificuldades enfrentadas pelo seu estado para lidar com o problema da violência contra a mulher. Ela citou a falta de dados sobre a violência, a ausência de estrutura nas delegacias, a impunidade dos agressores e a efetivação de políticas públicas. “Esse seminário nos fortalece no sentido de que temos muitas pessoas pensando nessas políticas. Vamos chegar lá [no Piauí] e tentar fortalecer os grupos que já existem e criar mecanismos de lutas para defender as mulheres da violência”, disse.
Rogenir Almeida, representante da Catholic Relief Services, entidade norte-americana, destacou a importância do seminário na conscientização da mulher sobre os seus direitos. “A perspectiva do seminário é estar refletindo sobre esse potencial e a capacidade das mulheres em refletir sobre a sua realidade e construir alternativas de enfrentamento a essa violência por meio de várias formas de organização e de luta”, disse. Ela lembra que as conquistas alcançadas são resultantes dessa organização e, por isso, é preciso avançar na questão da participação das mulheres.
A Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) foi representada pela secretária executiva Lourdes Maria Bandeira. A secretária destacou o problema da pobreza que ainda atinge duramente as mulheres, impendo-as de avançar socialmente.“Infelizmente ainda, grande parte da pobreza está relacionada com as mulheres. Não só porque muitas delas são chefes de família, como elas tiveram menor oportunidade de acesso à escola, de acesso a serviços, direitos. É extremamente importante que esse tema seja pautado por uma entidade significativa como a Cáritas”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
comente