- 23/04/2014 06h40
- Brasília
*Da Agência Brasil
Edição: Graça Adjuto
Os
dirigentes das agências humanitárias da Organização das Nações Unidas
(ONU) apelaram hoje (23) a todas as partes envolvidas no conflito da
Síria para que tomem medidas urgentes para permitir “o acesso
humanitário incondicional”, levantar os cercos impostos aos civis e pôr
fim aos bombardeios.
A vice-secretária-geral das Nações Unidas
para os Assuntos Humanitários e Coordenadora da Ajuda de Emergência,
Valerie Amos, o diretor executivo do Fundo das Nações Unidas para a
Infância, Anthony Lake, o Alto-Comissário da ONU para Refugiados,
António Guterres, a diretora executiva do Programa Alimentar Mundial,
Ertharin Cousin, e a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde,
Margaret Chan, consideram que após o primeiro apelo, há um ano, “até à
data, os esforços diplomáticos para pôr fim a anos de sofrimento
falharam”.
"Hoje, apelamos a todas as partes envolvidas neste conflito brutal para que tomem medidas urgentes a fim de permitir o acesso humanitário incondicional a todas as pessoas que dele precisam, utilizando todas as vias de comunicação disponíveis na Síria e por meio das fronteiras”, dizem os dirigentes.
"Hoje, apelamos a todas as partes envolvidas neste conflito brutal para que tomem medidas urgentes a fim de permitir o acesso humanitário incondicional a todas as pessoas que dele precisam, utilizando todas as vias de comunicação disponíveis na Síria e por meio das fronteiras”, dizem os dirigentes.
Eles
apelam ainda pelo levantamento dos “cercos aos civis, atualmente
impostos por todas as partes envolvidas, como os que bloqueiam algumas
zonas de Alepo, a Cidade Velha de Homs, Yarmuk, Ghoutha Leste,
Moadhamieh, Nubl e Zahra” e ainda ao fim dos bombardeios e tiroteios
indiscriminados contra civis por parte do governo, de grupos da oposição
e de “todas as outras formas de violação da legislação humanitária
internacional”.
Para demonstrar como a situação na área se
agravou, os representantes da ONU informam que devido à intensificação
dos combates nas últimas semanas, pelo menos 1 milhão de pessoas, só em
Alepo, precisam de assistência humanitária urgente e que “a estrada
entre Damasco e Alepo – uma via de comunicação vital – tem sido
frequentemente cortada, ainda que 1,25 milhão de pessoas precisem de
comida na cidade de Alepo e em zonas rurais da província”. “Outras
estradas fundamentais também estão bloqueadas por diferentes forças e
grupos armados”, acrescentam.
Além disso, o acesso humanitário é frequentemente negado aos que mais precisam, “por todas as partes”.
“Bombardeios
aéreos, foguetes, morteiros e outros ataques indiscriminados chacinam
homens, mulheres e crianças inocentes”, diz o documento. Em Alepo há
agora apenas 40 médicos para uma população de 2,5 milhões de pessoas e
os artigos médicos são escassos. A cidade está cercada por todos os
lados”, indicam os dirigentes das agências humanitárias da ONU. Neste
momento, na Síria, “a vida de mais de 9,3 milhões de pessoas é afetada
por esse conflito, que já entrou em seu quarto ano consecutivo”,
acrescentam.
“Com um terço das estações de tratamento de água do
país sem funcionar, 60% dos centros de saúde destruídos e cerca de 3,5
milhões de pessoas vivendo em áreas sem possibilidade de acesso por
parte da assistência humanitária, os civis inocentes da Síria parecem
sobreviver apenas por coragem”, observam.
E terminam com duas
perguntas: “Podem aqueles com a responsabilidade, o poder e a influência
para acabar com esta terrível e trágica guerra ter a mesma coragem, a
mesma força de vontade? Se os civis da Síria não desistiram, como pode a
comunidade internacional desistir dos seus esforços para os salvar – e
salvar a Síria?”.
*Com informações da Agência Lusa*
*Com informações da Agência Lusa*
Fonte: Agência Brasil
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