Rio -  A força feminina de trabalho mais que duplicou nos últimos dez anos em algumas grandes empresas do país. Dados da Petrobras, por exemplo, mostram que o quadro de funcionários, em 2003, contava com 4.406 mulheres à época. Hoje, são 9.652, aumento de 119% em uma década. Além da estatal, levantamentos de outras companhias revelam que as profissionais ocupam cada vez mais espaço — de cargos operacionais e administrativos à gerência.
Na Transpetro, Hildelene e Vanessa comandam navio do Programa de Modernização e Expansão da Frota | Foto: Divulgação
Na Transpetro, Hildelene e Vanessa comandam navio do Programa de Modernização e Expansão da Frota | Foto: Divulgação
Segundo a Petrobras, as mulheres não só estão mais presentes na empresa, como também apostam em qualificação: entre as funcionárias, cerca de 65% possui superior completo. Tudo isso liderado por Maria das Graças Silva Foster, atual presidente da estatal.
Um dos braços da Petrobras, a Transpetro, também conta com uma forte representação feminina, entre elas Hildelene Bahia, comandante, e a imediata Vanessa Cunha, que estão à frente do navio de produtos Rômulo Almeida. “Tenho muito orgulho de ser uma das poucas mulheres a ocupar atualmente um cargo de chefia na Marinha Mercante. Acredito que cada vez mais as mulheres vão optar por seguir este promissor caminho”, afirma Hildelene.

DESDE OS OPERACIONAIS

No Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP), empresa ligada à Odebrecht, mulheres não ficam de fora. De soldadoras, passando por matemáticas e engenheiras, elas têm cada vez mais destaque. Por lá, as mulheres representam 5% do efetivo de 2 mil funcionários que atuam nas obras.
Na SuperVia, mulheres também estão na equipe mecânica, fazendo reparos nos vagões. Segundo a empresa, “dedicação, atenção e sensibilidade” são as características maisvaliosas das funcionárias.
Elas conquistam o mercado por terem perfil multitarefa
O público feminino mostra, cada vez mais, um perfil multitarefa, independentemente do cargo que ocupa ou do setor em que atua. Essa é a opinião de Roberta Nascimento, analista de Recursos Humanos, que percebe que mulheres conquistaram o mercado de trabalho por terem, também, um “jeitinho especial de resolver as coisas”.
Segundo ela, isso pode favorecer tomadas de decisões mais humanas, justas e práticas na profissão. E para o futuro, é provável que as profissionais sejam a maioria no Brasil.
“Com o aparecimento de novas profissões, de novos modelos de família e de criativas alternativas de conciliação de rotinas, a força feminina só tende a crescer. Isso renova o mercado e beneficiando o desenvolvimento sócio-econômico do país”, avalia Renata Nascimento.
O mercado de trabalho também vem se adaptando a essa realidade. A especialista de carreiras também afirma que percebe crescente do número de organizações que oferecem auxílio creche, aumento de licença maternidade ou até flexibilidade de horário para amamentação.
Fonte: Jornal O Dia Online