- 11/02/2015 15h32
- São Paulo
Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil
Edição: Marcos Chagas
O
presidente do Banco do Brasil (BB), Alexandre Corrêa Abreu, avaliou
hoje (11) que setores ligados à Operação Lava Jato, como o de óleo e gás
e o de construção, não terão impacto nas operações de crédito da
instituição neste ano. Ele destacou que as projeções do banco apontam
para um crescimento entre 7% e 11% das operações que envolvem pessoa
jurídica. “Não é um número pequeno quando se compara a padrões mundiais.
Ou seja, é inferior ao ritmo de crescimento que nós vinhamos tendo, mas
não é desprezível”, avaliou durante a divulgação dos dados do quarto
trimestre de 2014.
Em
relação ao setor de óleo e gás, Abreu destacou que a instituição não
comenta a situação específica de uma empresa, neste caso a Petrobras.
Ele informou que o setor inteiro disporá de R$ 41 bilhões para
empréstimo, o que representa 5% da carteira de crédito total.
“Consideramos que o nosso nível de exposição para este setor é
compatível com a importância que ele tem para a economia e com a
participação e o crédito de mercado que nós temos. Dessa forma, nós
temos absoluta tranquilidade e achamos que não teremos nenhum problema
maior por causa desse setor especificamente”, avaliou o presidente.
A
mesma postura foi adotada em relação ao setor de construção civil, que
envolve as empreiteiras citadas na operação de combate à corrupção da
Polícia Federal. “Não vemos nenhum risco adicional em relação aos demais
riscos da economia que já há normalmente nesta área”, destacou Abreu.
Ele acrescentou que o percentual de participação da construção civil na
carteira de crédito do banco é 2,1%. Os resultados divulgados indicaram
um crescimento de 9,9% nas operações para empresas, fechando o ano com
um valor de R$ 354,1 bilhões.
O
balanço registrou lucro líquido de R$ 3 bilhões no quarto trimestre de
2014. Na comparação com o terceiro trimestre, quando o montante foi R$
2,8 bilhões, houve incremento de 4,7% no lucro líquido. A remuneração
dos acionistas no fechamento do ano atingiu R$ 1,2 bilhão, o equivalente
a 40% do lucro líquido. Para o presidente do banco, o resultou ficou
acima das expectativas de consenso do mercado. “Temos um cenário
desafiador [em 2015], mas com expectativas positivas em relação ao
desempenho do Banco do Brasil e ao exercício da sua função no
desenvolvimento do país”.
Em relação à inadimplência, os índices
do BB ficaram abaixo dos patamares do Sistema Financeiro Nacional. No
fechamento de dezembro, as operações vencidas há mais de 90 dias
representavam 2,03% da carteira de crédito. No mesmo período, o sistema
nacional registrou índice de 2,9%. O crédito imobiliário, por sua vez,
cresceu 59,1% em dezembro de 2014 na comparação com o mesmo período do
ano anterior, atingindo saldo de R$ 38,8 bilhões.
Fonte: Agência Brasil
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