- 11/02/2015 16h43
- Minsk
Da Agência Lusa
A chanceler alemã, Angela Merkel, e os presidentes
francês, François Hollande; russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Petro
Poroshenko, chegaram hoje (11) a Minsk para participar na reunião
destinada a encontrar uma solução para o conflito na Ucrânia.
Merkel
e Hollande chegaram acompanhados dos respectivos ministros dos Negócios
Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier e Laurent Fabius, pouco depois de
ter pousado na capital bielorrussa o avião do presidente da Ucrânia.
Hollande e Merkel deverão se reunir com Poroshenko antes da cúpula,
informou o gabinete do presidente francês.
A reunião, que tem por
objetivo acabar com dez meses de guerra começa na noite desta
quarta-feira mesmo dia em que foi deflagrado um dos dias mais sangrentos
combates no Leste da Ucrânia, entre as forças de Kiev a separatistas
pró-russos.
Pouco
antes daquele que é considerado o encontro diplomático mais importante
desde o início da crise ucraniana, os participantes elevaram a pressão
com declarações, enquanto na região soldados ucranianos e rebeldes
intensificaram os combates para se apresentarem numa posição de
superioridade à mesa das negociações.
Cerca de 50 pessoas, civis e
soldados, foram mortas entre ontem e hoje no Leste da Ucrânia, um dos
piores balanços desde o início do conflito. Em dez meses, a guerra já
fez mais de 5.300 mortos.
O encontro na Bielorrússia, decidido
após uma semana de intensas consultas diplomáticas lideradas pela França
e Alemanha, tem como objetivo a adoção de um plano de paz para acabar
com o conflito entre as forças ucranianas e os separatistas. Numa
entrevista à agência de notícias francesa AFP, a chefe da diplomacia
europeia, Federica Mogherini, classificou a Cúpula de Minsk como “uma
mudança para o melhor ou para o pior”, referindo-se a “perspetivas
preocupantes” se o resultado da reunião for negativo.
Antes de
voar para Minsk, o presidente ucraniano mostrou-se irredutível. Ele
declarou estar disposto a decretar a lei marcial em toda a Ucrânia em
caso de fracasso da reunião. Poroshenko advertiu a Rússia de que ele,
Merkel e Hollande falarão “a uma só voz”. Segundo a presidência
francesa, Hollande e a chanceler alemã pretendem “tentar tudo” para
encontrar uma solução diplomática e por fim a crise que originou o pior
período de confrontos entre a Rússia e o Ocidente desde o fim da União
Soviética, em 1991.
Em Washington, o presidente dos Estados
Unidos, Barack Obama, fez a tensão aumentar quando telefonou, ontem à
noite, a Putin. Na conversa, Obama disse que ao presidente russo que,
caso continue sua estratégia “agressiva” na Ucrânia, a Rússia verá
aumentado “o preço a pagar”.
Em Moscou, o chefe da diplomacia
russa Serguei Lavrov, destacou “progressos notáveis” nas negociações. No
entanto, acusou os ucranianos de quererem colocar no topo das
negociações da lista das prioridades da cúpula a questão do controle da
fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, junto às zonas separatistas.
Fonte: Agência Brasil
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