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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Câmara: sessão extraordinária para abrir CPI contra Luciano

janeiro 15, 2015



Presidente Nisan César marca sessão extraordinária, convoca vereadores e movimento na Casa Legislativa dá a entender que parlamentares iniciarão procedimento para definir futuro do prefeito Mota
Foto: Arquivo ATUAL
Sessão da próxima terça-feira (20) tem tudo para ser histórica na cidade. (Foto: Arquivo ATUAL)
JUPY JUNIOR
jupy.junior@jornalatual.com.br

ANTES TARDE DO QUE NUNCA – O ATUAL recebeu da Câmara de Vereadores de Itaguaí um edital de convocação dos vereadores para uma sessão extraordinária na próxima terça-feira (20), às 11h. O edital está publicado na página 6. Os objetivos da sessão, segundo o documento, são: realizar “leitura e votação de denúncia de infração político-administrativa oferecida em desfavor do prefeito Luciano Mota” e formação de “Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar condutas incompatíveis com o exercício do cargo de prefeito”.

Caso de fato aconteça, esta será a primeira sessão extraordinária depois que a Polícia Federal deflagrou a Operação Gafanhotos, no dia 18 de dezembro do ano passado. O edital deixa claro que alguma coisa mudou, e mudou muito, no Legislativo municipal: depois de 27 dias em que a crise política atingiu níveis nunca antes vistos na história recente da cidade, a convocação do presidente Nisan César (PSD) mostra que a lógica da anuência total com o Poder Executivo parece estar com os dias contados. A iniciativa atende aos anseios de grande parte dos manifestantes e descontentes com o governo do tucano Luciano Mota, apontado pela Polícia Federal como chefe de uma quadrilha que desviou milhões de reais dos cofres públicos itaguaienses.

A Polícia Federal está convencida do esquema criminoso. Por isso a cidade foi alvo de uma série de reportagens exibidas por quase todas as emissoras de TV aberta e o assunto encheu várias páginas de jornais da capital, de modo a colocar Itaguaí na ordem do dia várias vezes. Até mesmo o Jornal Nacional (TV Globo) dedicou vários minutos de reportagem sobre o que ocorria na cidade.

LISTA DE 13 VEREADORES
De lá para cá, a Câmara nada tinha feito oficialmente. Os vereadores reuniram-se de modo informal no dia 19 de dezembro durante seis horas e nada foi resolvido. No dia 20, nova reunião sem que houvesse um consenso. A situação se tornou ainda mais urgente porque dentre as informações que a Polícia Federal deixou entrever estava a de que havia uma pasta com uma lista que atrelava funcionários-fantasma a 13 dos 17 parlamentares. Tal pasta, que teria sido dada aos policiais federais por uma funcionária da secretaria de Administração, foi apreendida junto a outros documentos e ainda é motivo de análise (leia matéria na página 5 sobre o passo a passo da Operação Gafanhotos).

FUTURO DE LUCIANO
Tudo indica que a Câmara enfim dará um novo direcionamento à situação política, no sentido de produzir uma resposta ou uma atitude dos vereadores a respeito do contexto de graves denúncias. É importante ressaltar, porém, que tais denúncias e aflições alardeadas pela oposição (leia-se os vereadores Willian César – PT e Jailson Barboza – PRP) há meses nunca mereceram, até agora, qualquer mudança que desse fim ao marasmo e indiferença da bancada da situação. Os rumos, percebe-se pelo edital, podem ter mudado de maneira significativa.

REQUERIMENTO REJEITADO
Não custa lembrar que em 14 de outubro do ano passado os vereadores de oposição conseguiram colocar em pauta um requerimento que exigia a presença do prefeito Luciano Mota para que ele produzisse esclarecimentos sobre as denúncias da primeira fase da Operação Gafanhotos, iniciada no mês anterior (Ferrari amarela e indícios de corrupção no governo). Mas o placar, como quase sempre, foi uma vitória esmagadora da situação, que sempre fez vista grossa aos problemas do governo Mota denunciados pelas redes sociais, pelos manifestantes (houve uma passeata de protesto em junho, e outra, mais recente, em 8 de janeiro) e também pelo ATUAL.

A postura de 14 vereadores sempre foi a de acatar todos os projetos do Poder Executivo, propor projetos sem muita expressão e fazer de conta que nada de errado ocorria na cidade, a despeito da gritaria geral sobre as deficiências principalmente na saúde e na educação municipais.

WILLIAN AMEAÇADO
O episódio mais recente foi o que envolveu o vereador de oposição Willian César (PT): ele foi avisado por um policial amigo que havia planos concretos de matá-lo. Willian disse que o presidente o apoiou e teria solicitado providências junto ao governo do estado, por ofício, embora nada de oficial tenha sido enviado pela Câmara à imprensa.

Willian e Jailson tentaram por dias obter assinaturas dos colegas para abrir a Comissão Parlamentar de Inquérito, mas não tiveram sucesso. Eles inclusive deram entrevista para vários meios de comunicação sobre a dificuldade em aprovar a abertura do procedimento. Talvez na próxima terça a história mude.

Fonte: jornalatual.com.br/

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