08/05/2014 20h47
São Paulo
Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil Edição: Juliana Andrade
A Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF-Brasil) apresentou hoje (8) durante um seminário, na capital paulista, a Plataforma Aberta, para acesso aos livros do Programa de Educação Financeira nas Escolas. A ferramenta pode ser usada por professores, escolas e organizações da sociedade civil ligadas à educação. Com esse material, os docentes poderão desenvolver nos alunos a capacidade de análise crítica sobre o contexto financeiro pessoal e do mundo, ajudando-os a tomar decisões para a compra e o investimento conscientes.
Ao todo, são nove livros. O material traz 72 situações didáticas que orientam os professores a aplicarem conceitos financeiros ligados aos conteúdos sociais. Os livros foram usados em um projeto piloto desenvolvido com jovens de 14 a 21 anos do ensino médio, que receberam aulas de educação financeira como parte da Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef), ligada ao Ministério da Educação (MEC).
O projeto foi conduzido em 448 escolas em todo o país e envolveu 27 mil alunos e 1,5 mil professores, que tiveram 16 horas de treinamento. Depois das aulas, uma pesquisa foi feita com mais 550 escolas para identificar as diferenças entre os alunos que receberam aulas de educação financeira e os que não receberam. Segundo a AEF-Brasil, foi constatado que os integrantes do primeiro grupo apresentaram um nível de conhecimento financeiro 7% maior dos que os do segundo grupo. As famílias dos alunos que participaram das aulas tiveram um nível de poupança 1% maior do que antes do curso.
De acordo com a superintendente da AEF-Brasil, Silvia Morais, o projeto foi um piloto e agora, com o programa, cerca de 3 mil escolas receberão os livros e capacitação para os professores, mostrando como o tema pode ser adotado em diversas disciplinas. “Adotar o tema da educação financeira no ensino médio hoje no país é muito fácil. Com o programa, o jovem adquire habilidade de planejar a médio e longo prazo, de negociação. O número de 1% de jovens que começaram a poupar reflete uma mudança de comportamento, uma postura nova para conquistar as coisas”.
Segundo o coordenador-geral do Ensino Fundamental do MEC, Ítalo Dutra, o ministério investiu cerca de R$ 6 milhões na reprodução e no envio do material às escolas, além de R$ 7 mil que as escolas recebem para trabalhar com a temática. “O MEC tem assento permanente no grupo de apoio pedagógico que valida o material que vai ser colocado nas escolas. Há ainda a intenção de articular esse programa com as políticas indutoras de currículo do ministério.”
Dutra enfatizou que o MEC não quer que o tema se torne uma disciplina obrigatória nas escolas, mas seja um assunto debatido dentro do currículo. “A educação financeira tem que ser um tema que o aluno leve como conhecimento para sua vida. Isso é um direito dele e o sistema educacional do país tem que dar esse direito”, defendeu.
Fonte: Agência Brasil
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