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quarta-feira, 5 de junho de 2013

"Prostituta feliz" causa demissão

"Prostituta feliz" faz diretor perder o cargo

05/06/2013

Campanha publicitária lançada nas redes sociais provocou polêmica e o diretor do Departamento de DST/Aids, Dirceu Greco, foi exonerado. O Ministério da Saúde alega que a peça não foi autorizada.

A campanha veiculada em redes sociais com o objetivo de reduzir o estigma em torno das profissionais do sexo, associadas a doenças sexualmente transmissíveis (DST), foi suspensa pelo Ministério da Saúde e custou o cargo do diretor do Departamento de DST, Aids e hepatites virais da pasta, Dirceu Greco. Ele foi exonerado ontem à noite. A campanha foi lançada no último fim de semana nas redes sociais, com foco na prevenção de DST.

De acordo com a pasta, a campanha, que incluía uma peça publicitária com o slogan “Eu sou feliz sendo prostituta” foi produzida pelo Departamento de Aids e não passou pela aprovação da Comunicação Social do ministério. Como houve descumprimento das normas internas, foi determinada a retirada da campanha. Além disso, a assessoria da pasta informou que as peças não estavam de acordo com o padrão das ações promovidas pelo ministério voltadas à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis porque não traz conselhos específicos sobre formas de prevenção.

Ontem, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, presidida por Marco Feliciano (PSC-SP), convidou Padilha para explicar sobre o caso. Hoje, religiosos ligados a ele e ao pastor Silas Malafaia promovem protesto na Esplanada. Ontem, católicos criticaram a campanha em uma marcha contra a descriminalização do aborto (leia abaixo).

A ação, que tem o lema “Sem vergonha de usar camisinha”, foi feita em homenagem ao Dia Internacional das Prostitutas, no último dia 2. A campanha divulgada pelo ministério era baseada em panfletos e vídeos veiculados nas redes sociais. Em uma das gravações, uma profissional do sexo fala: “Sonhei que sou respeitada, que sou uma flor, uma rosa sem espinhos”, diz a mulher, no vídeo.

Os banners trazem frases voltadas ao público-alvo, como “Não aceitar as pessoas da forma como elas são é uma violência”, “Um beijo para você que usa camisinha e se protege das DST, aids e hepatites virais” e “O sonho maior é que a sociedade nos veja como cidadãs”. Os panfletos e os vídeos foram produzidos em uma oficina para profissionais do sexo ocorrida em março, em João Pessoa. Participaram do evento representantes de organizações não governamentais, associações e movimentos sociais de apoio a quem vive da prostituição.

“Só será autorizada a assinatura do ministério em mensagens restritas a orientações sobre prevenção das doenças sexualmente transmissíveis para os profissionais do sexo”

Fonte: Correio Braziliense

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