15/10/2015 22h44
Bruxelas
Da Agência Lusa
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, anunciou que a União Europeia (UE) chegou hoje (15) a um acordo com a Turquia sobre um plano de ação comum para as migrações, que considerou um "passo decisivo".
"O plano de ação comum é um passo decisivo para enfrentar o fluxo migratório", disse Tusk, em conferência de imprensa no final do Conselho Europeu. Em contrapartida, Bruxelas compromete-se a acelerar as negociações sobre os vistos para cidadãos turcos.
O presidente do Conselho Europeu disse também que os líderes da UE chegaram a decisões sobre as quais sente um "otimismo cauteloso", para aumentar a segurança das fronteiras externas.
“Chegamos a um acordo sobre o conteúdo exato deste plano de ação”, indicou também o chefe do Executivo europeu, Jean-Claude Juncker, precisando que o montante da ajuda que a UE deverá dirigir a Ancara será negociado “nos próximos dias”.
A chanceler alemã Angela Merkel tinha advertido previamente os líderes políticos europeus que a Europa não poderia enfrentar o problema sem a contribuição da Turquia, que acolhe mais de 2 milhões de refugiados sírios.
“Não podemos organizar a corrente dos movimentos de refugiados sem trabalhar com a Turquia”, disse Merkel, que deverá visitar a Turquia este fim de semana para conversações com o presidente Recep Tayyip Erdogan sobre a crise das migrações e a Síria.
A Turquia é o principal ponto de partida para os mais de 600 mil refugiados que entraram na Europa em 2015, a maioria efetuando curtas, mas perigosas, travessias no Mediterrâneo oriental em direção às ilhas gregas em fuga das guerras no Médio Oriente e do Norte de África.
A Agência Frontex deverá ser "transformada em um corpo mais operacional", sendo reforçado o contingente de guardas fronteiriços pelos Estados-membros, principalmente a Grécia e Itália, e criado um sistema de repatriamento de migrantes irregulares.
Em 6 de setembro, a União Europeia (UE) tinha anunciado um “plano de ação comum” com a Turquia que previa a mobilização de fundos europeus e o acolhimento de refugiados vindos da Turquia em troca da abertura de centros de apoio.
Os europeus pretendiam que a Turquia disponibilizasse no seu território seis “centros de recepção” destinados a refugiados e requerentes de asilo, cofinanciados pela UE, uma perspetiva que até agora tinha sido rejeitada pelo governo turco.
Bruxelas pediu ainda à Turquia para efetuar patrulhas e operações de socorro ao longo das suas costas e receber os migrantes reenviados pela UE.
Edição: Aécio Amado
Fonte: Agência Brasil
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