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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Explosão de prédio deixa quase 4 mil alunos do Colégio Pedro II sem aulas

19/10/2015 12h56
Rio de Janeiro
Douglas Corrêa – Repórter da Agência Brasil

A explosão da madrugada de hoje (19), em São Cristóvão, deixou as três unidades do Colégio Pedro II do Campo de São Cristóvão com as aulas suspensas e quase 4 mil alunos sem aulas, nos dois turnos. A explosão atingiu vidros e janelas das unidades. O prédio da reitoria foi o mais atingido. De acordo com o diretor-geral da Unidade São Cristóvão 2, Bernardino Paiva Matos, o subsecretário de Defesa Civil municipal, Márcio Motta, já esteve no prédio e disse que haverá uma vistoria de técnicos ainda hoje. Apenas depois da vistoria, a área será liberada para voltar às atividades.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, trabalham no local da explosão, seguida de desabamento, cerca de 60 bombeiros de seis unidades: São Cristóvão, Central, Barra da Tijuca, Caju, Vila Isabel e Magé, 15 viaturas e três cães farejadores. Embora a possibilidade de haver outras vítimas já tenha sido praticamente descartada, uma varredura está sendo realizada no momento.

A Light, concessionária de energia elétrica do Rio, informou que desligou a rede elétrica a pedido do Corpo de Bombeiros por medida de segurança no trecho afetado pelo acidente em São Cristóvão.

De acordo com o Itaú-Unibanco, o prédio administrativo do banco, no Largo da Cancela, em São Cristóvão, está interditado para avaliação da defesa civil municipal e da perícia técnica. “O prédio está sendo avaliado, está em perícia”, informou por meio de nota.

As vítimas, que foram encaminhadas para o Hospital Souza Aguiar, na região central do Rio, foram liberadas em sua maioria na parte da manhã. Somente duas seguem em observação: Manuel Lopes, de 84 anos, e Beatriz Galdino Araújo, de 9 anos.

Explosão no edifício de dois andares em São Cristóvão atingiu dois restaurantes, uma farmácia e 11 quitinetes Tânia Rêgo/Agência Brasil

O proprietário de 11 quitinetes e um restaurante próximo ao local, Waldecir Galdino Araújo, 47 anos, é pai da menina Beatriz e contou como foi o momento da explosão. “Eu a abracei e ela gritava bastante, dizendo que estavam caindo algumas coisas em cima dela. Foi aí que eu consegui sair, para cavar um buraco possibilitando a minha filha respirar, porque se eu também tivesse ficado junto eu não teria conseguido. Depois ela falou para mim ‘Pai, eu não vou morrer agora. Ajuda minha mãe que ela deve estar precisando'". A mãe de Beatriz foi retirada desmaiada dos escombros pelos bombeiros. "Graças a Deus eles conseguiram reanimá-la”, disse Araújo, aliviado.

Já o entregador Mauro Lopes, 44 anos, filho de Manuel Lopes, revelou que sua maior preocupação sempre foi com a vida de seu pai. “Eu gritava muito, pedindo socorro. Foi desesperador ouvir aquele estrondo e ver a parede vindo por cima da gente. Só pensava em não perder meu pai”. Bastante emocionado, Lopes disse não saber o que fazer a partir de agora.

“Realmente não sei. Perdi tudo! Documentos, roupas e outras coisas. Morava lá há dois anos e não tenho nenhum outro lugar para ir. Mas eu tenho consciência de que foi um milagre. Uma explosão, dessa magnitude, não era pra ter sobrado ninguém”.
Edição: Denise Griesinger

Fonte: Agência Brasil

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