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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Feira do MST comercializa em São Paulo alimentos de produtor assentado

22/10/2015 17h12

São Paulo
Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil
Começou hoje (22) e termina domingo (25) a 1° Feira Nacional da Reforma Agrária, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no Parque da Água Branca, no Bairro de Perdizes, zona oeste da capital paulista. A feira reúne 800 agricultores de assentamentos dos 23 estados em que o MST está organizado, mais o Distrito Federal. 

Além dos alimentos comercializados, o evento terá shows, intervenções culturais, seminários e uma praça de alimentação com comidas típicas de cada região.

De acordo com o coordenador nacional do MST, Gilmar Mauro, o objetivo da feira é mostrar os produtos resultantes da agricultura familiar e conscientizar a sociedade sobre os alimentos orgânicos.

“Queremos projetar isso como tema de debate na sociedade e, ao mesmo tempo, debater a reforma agrária. Se queremos outro modelo, outro uso para o solo e outro tipo de comida, a reforma agrária é uma das coisas mais modernas.”

Conforme Gilmar, é preciso ter tecnologia adequada para os pequenos produtores rurais, que não precisam trabalhar como se fazia no passado. Acrescentou que, para isso, também é necessário haver formação acadêmica para esse novo tipo de profissional, além da produção de insumos em larga escala para quem produzir alimentos orgânicos.

“Queremos ter tempo livre e que se diminua a penosidade do trabalho agrícola. Temos também de pensar que uso queremos dar ao solo, água e recursos naturais, que tipo de alimentação a humanidade vai querer comer e que tipo de paradigmas tecnológicos queremos para a produção agrícola. Evidente que queremos renda para as famílias, mas não a qualquer custo”, afirmou.

Eliene dos Santos veio de Sergipe e participa da Cooperativa Mista da Agricultura do Assentamento Caraíbas, na cidade de Japaratuba. Segundo ela, o grupo existe desde 2015 e nasceu para que as mulheres passassem a gerir melhor a venda da mandioca que plantavam. Depois de perceberem que precisavam agregar valor ao produto, elas começaram a produzir derivados da raiz.

“Fizemos um curso sobre os derivados da mandioca e criamos a cooperativa para vender o que começamos a produzir. São bolos, pão de queijo, biscoitos, bolacha de goma e tapioca. Hoje, somos 26 mulheres e quatro homens. Nosso produto ainda não é orgânico. Vendemos em feiras de todo o Brasil e para a merenda escolar.”

A renda mensal do grupo chega a R$ 50 mil, dependendo da produção, e serve para garantir renda às mulheres que antes dependiam dos maridos. O objetivo agora é capacitar os jovens para que o trabalho iniciado tenha continuidade.

Nelson Luiz Krupinski é assentado em São Jerônimo, no Rio Grande do Sul, e faz parte da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados de Porto Alegre desde 2010. São 522 agricultores de 16 assentamentos em 12 cidades. Eles produzem arroz orgânico, comercializado para o Poder Público, feiras, demais mercados convencionais e ainda para exportação.

“Só em São Paulo, com alimentação escolar, estamos com 21 contratos. Temos apoio de assistência técnica e outros parceiros. É um produto que traz benefícios desde a produção até a mesa. Livramos a população de comer agrotóxico. Os benefícios para a saúde e meio ambiente são incontáveis”, concluiu Krupinski.

 Edição: Armando Cardoso

Fonte: Agencia Brasil

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