Publicação: Quarta-feira, 20/11/2013 às 06:42:00
Johnny Braga
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Um técnico de enfermagem foi preso sob suspeita de abusar sexualmente de uma paciente de 22 anos. O caso teria ocorrido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), do Núcleo Bandeirante, na noite de segunda-feira passada, por volta das 23h30. Segundo a polícia, a vítima alegou que o técnico a tocou nas partes íntimas, logo após aplicar um medicamento em sua nádega. No local estavam apenas os dois envolvidos. O suspeito nega a acusação e afirma ter seguido o procedimento padrão para a aplicação de medicamento.
Segundo informações da 29ª Delegacia de Polícia do Riacho Fundo I, responsável pelo caso, a vítima teria ido à UPA com suspeita de ter contraído uma forte gripe. Lá, teria sido atendida por um médico, que receitou quatro medicamentos para serem injetados na veia. O técnico de enfermagem atendeu a paciente e injetou dois medicamentos em seu braço. Logo depois, segundo os policiais, ele a teria levado para uma sala reservada para que fosse aplicada uma injeção no glúteo.
A vítima contou à polícia que antes de receber o medicamento, o técnico teria abaixado demais a calça dela. Após ser medicada, o suspeito teria tocado em suas partes íntimas. Ela saiu da sala, encontrou com o namorado na recepção e comunicou o ocorrido para a direção da UPA. Enquanto falava com uma supervisora dos técnicos de enfermagem, o suspeito continuou a atender outros pacientes.
Ocorrência
Após contar a história, ela foi até a 11ª DP (Núcleo Bandeirante) registrar ocorrência. De lá, foi deslocada para a 27ª DP (Recanto das Emas), onde funciona a central de flagrantes da região e só então o caso foi passado para a 29ª DP. Na delegacia, contou que, antes de se despir, tomou outro medicamento no braço, o que a fez ficar dopada. Ela disse que o técnico se aproveitou da situação para tocá-la.
Versão da vítima contra a do suspeito
Com base no depoimento da vítima, a polícia localizou o suspeito, que disse não ter tocado a mulher, a não ser na região onde fora aplicado o medicamento (Benzetacil). Segundo a delegada-chefe da 29ª DP, Alessandra Lacerda, a polícia trabalha na versão dela. "Há consistência no relato da vítima que faz com que a polícia mantenha a versão dela como sendo verdadeira. É pouco provável que ela tenha inventado o caso", disse a delegada.
Ele diz que seguiu os procedimentos. "Apliquei o medicamento e o local empedrou. Tive que novamente aplicar o Benzetacil, que quem aplica passa um algodão sobre o local, para diminuir o desconforto maior. Ela disse que eu passei o dedo na genitália. Não passei."
O servidor atua na saúde há quase oito anos. Segundo a polícia, não há ocorrências de abuso sexual em seu nome. O suspeito pode pegar entre dois e seis anos de prisão.
Versão Oficial
A Secretaria de Saúde (SES-DF) informa que o caso será investigado. E que aguarda uma comunicação oficial do órgão responsável pela detenção do servidor público.
Memória
Neste ano, um caso semelhante ocorreu em uma farmácia do Riacho Fundo I. Segundo a 29ª DP, um funcionário teria introduzido um dedo nas partes íntimas de uma mulher que recebia um medicamento. Na época, a vítima procurou o Instituto Médico Legal (IML), que identificou sinais de abuso. O suspeito continua preso.
Outros casos de pacientes abusadas sexualmente foram registrados em unidades de saúde do DF e da Região Metropolitana. No mês de janeiro, um técnico de enfermagem foi preso pelo abuso de uma paciente cega na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Santa Helena, na Asa Norte.
Em dezembro de 2012, outro técnico de enfermagem foi preso suspeito de ter abusado de 16 pacientes no Hospital Regional do Jardim Ingá, em Luziânia. Ele também é suspeito de abusar de outros pacientes enquanto trabalhava no Hospital Regional do Cruzeiro.
Em setembro deste ano, um ginecologista foi preso no Hospital Regional do Paranoá (HRP), acusado de abusar sexualmente de, pelo menos, oito pacientes, entre elas uma adolescente de 12 anos. Ainda no HRP, também em setembro, um técnico de enfermagem foi preso. Ele teria abusado sexualmente de uma paciente de 40 anos no Hospital Regional do Paranoá. O crime ocorreu no mês de junho.
Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br
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