Hoje às 16h46 - Atualizada hoje às 18h48
A presidente Dilma Rousseff participou neste domingo, 1º de março, da entrega do túnel Rio450, no Rio de Janeiro. A obra integra a Via Binário do Porto – importante complexo de ruas na região portuária do Rio – ao Centro da capital fluminense. A inauguração faz parte das comemorações pelo aniversário de 450 anos da cidade.
No discurso, a presidente enalteceu a recuperação da Zona Portuária da cidade: "Aqui nós estamos agora recuperando a orla, recuperando para a população e para a cidade do Rio de Janeiro a orla histórica dessa cidade, que foi o centro histórico do Rio de Janeiro. Ao fazer isso eu acredito que a prefeitura do Rio de Janeiro se coloca na vanguarda, na vanguarda internacional das transformações urbanas. Tenho certeza que, apesar de várias cidades terem recuperado as suas zonas portuárias, nenhuma delas recuperaram ao mesmo tempo o centro histórico de um país, o coração onde esse país começou a viver e a bater".
Com 1.480 metros de extensão e capacidade de fluxo para 55 mil veículos por dia, o Rio450 será o primeiro túnel subterrâneo do Rio de Janeiro e contará com um sistema de monitoramento de alto padrão tecnológico. Ao todo, são 32 câmeras de segurança, além de equipes posicionadas estrategicamente na entrada e na saída da via para monitorar o tráfego durante 24 horas e garantir o atendimento rápido das ocorrências.
Para o secretário municipal de Transportes, Rafael Picciani, o Túnel Rio 450 facilitará muito a saída do Centro do Rio. “Como este é um túnel com três faixas de rolamento, sem paradas, o acesso será muito mais rápido. Na Avenida Rodrigues Alves havia sinais de trânsito. Agora, o carioca tem uma saída muito mais rápida para a região portuária”, avalia. A construção do túnel Rio450 foi viabilizada através de PPP entre a prefeitura do Rio e a concessionária Porto Novo, contratada para a construção e manutenção da via até 2026.
Revitalização da área central
A construção do túnel Rio450 faz parte de projeto de revitalização da região central do Rio, que pretende preservar o patrimônio histórico da cidade e instituir um novo conceito de mobilidade urbana para a capital.
Segundo o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro, Alberto Gomes Silva, a ideia é priorizar as pessoas em relação aos automóveis. “O novo sistema viário que está sendo implantado muda a lógica do transporte e do trânsito no Rio de Janeiro colocando, sobretudo nessa região, as pessoas em primeiro lugar em relação aos carros. Literalmente, os carros vão passar por baixo para liberar espaço para as pessoas na superfície. Isso permite a recuperação de grande parte do patrimônio histórico da região”, destaca.
De acordo com Alberto Silva, o objetivo de todo o projeto de revitalização é estimular mais pessoas a morar no Centro do Rio. “O objetivo maior da operação urbana é produzir um centro da cidade mais povoado, já que é o local que concentra o maior número de empregos. Um maior o número de pessoas que moram próximas do trabalho, exigem menos deslocamentos pela cidade, o que tem impacto direto no trânsito, na segurança pública e resulta em qualidade de vida para as pessoas”, afirma.
Mobilidade urbana
O sistema de transporte que está sendo implantado na área central do Rio de Janeiro adota o conceito de transporte integrado, com espaços para pedestres, ciclovias e vias planejadas. Como enfatiza Alberto Silva, o princípio adotado é priorizar o transporte público em relação ao transporte individual.
Para isso, até 2016, o veículo leve sobre trilhos (VLT) e o veículo leve sobre pneus (BRT) já estarão operando, o que permitirá a racionalização dos sistemas de ônibus do Rio de Janeiro, aumentando a capacidade de transporte e, ao mesmo tempo, reduzindo a quantidade de ônibus em circulação. “Mais gente usando o transporte público possui impactos não só no trânsito da cidade, mas também na qualidade do serviço prestado para a população e para preservação do meio ambiente”, ressalta.
A previsão é que quando o novo sistema de mobilidade estiver completamente implantado, 1,5 milhão de pessoas sejam beneficiadas e 1/3 da frota atual de ônibus da cidade seja retirada das ruas.
Olimpíadas
De acordo com Alberto Silva, grande parte desse novo sistema de urbanização e mobilidade estará pronto para os Jogos Olímpicos de 2016. No entanto, ele ressalta que toda essa transformação não foi pensada só para as Olimpíadas, mas para a cidade do Rio de Janeiro. “O melhor disso tudo é que quando as visitas forem embora, o carioca vai continuar tendo uma cidade muito melhor para viver”, argumenta.
Aniversário
Neste domingo (1º), a presidente Dilma também participou das comemorações pelos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro. A cerimônia oficial de aniversário aconteceu no Palácio da Cidade. Na ocasião, o prefeito Eduardo Paes entregou a medalha inédita, 1º de Março, a personalidades que fazem parte da história do Rio. A presidente Dilma foi uma das agraciadas.
Além disso, também foram anunciados os cariocas que terão seus nomes inscritos no Livro de Heróis e Heroínas da cidade. Na cerimônia, a prefeitura também apresentou a medalha comemorativa dos 450 anos do Rio – feita em parceria com a Casa da Moeda – e o Selo Comemorativo pelo aniversário, produzido pelos Correios.
Paes abre festejos em cerimônia cívico-militar
O prefeito Eduardo Paes abriu os festejos do aniversário da cidade em uma cerimônia cívico-militar na Fortaleza de São João, na Urca, onde a cidade foi fundada. Durante a solenidade, 20 veleiros, que partiram de Bertioga e refizeram o mesmo percurso feito por Estácio de Sá em 1565, chegarão ao Forte.
Um ator caracterizado como Estácio de Sá entregou a chave simbólica da cidade ao prefeito. Tiros de canhões foram dados durante a cerimônia na Fortaleza de São João. Paes disse que é uma honra participar dos 450 anos de uma cidade que tem muita história e que faz parte da identidade brasileira.
O segundo evento oficial do dia foi uma missa celebrada pelo cardeal arcebispo Dom Orani Tempesta no Santuário Arquidiocesano de São Sebastião, na Tijuca, Zona Norte da cidade. Durante a missa, o prefeito Eduardo Paes entregou a chave da cidade a Dom Orani, num gesto que representa o estado laico e o religioso trabalhando para o bem.
O cardeal abençoou três relíquias da cidade: a imagem de São Sebastião, os restos mortais de Estácio de Sá e a pedra fundamental da fundação.
Tradição em toda as comemorações, o bolo de aniversário servido na Rua da Carioca, no Centro, teve este ano 450 metros, um para cada ano da cidade. Nos aniversários anteriores, o bolo media cerca de dez metros. Componentes da escola de samba Estácio de Sá, a mais antiga da cidade, se apresentaram no evento.
Enquanto isso, na orla da zona sul, a Marinha do Brasil fazia demonstração naval, com a participação de sete navios, que partiram das proximidades do Forte São João, e seguiram até o Leblon.
Em seguida, Eduardo Paes inaugurou a terceira sede administrativa da prefeitura do Rio – a primeira na zona norte, no bairro de Oswaldo Cruz. A nova sede ocupa um casarão de 1920, totalmente restaurado e onde o prefeito terá um gabinete, a exemplo do que ocorre nas outras duas sedes: o Palácio da Cidade, em Botafogo; e o Centro Administrativo São Sebastião, na Cidade Nova.Na tarde deste domingo, a Baía de Guanabara e a orla oceânica abrigaram a competição a vela Grand Regatta Rio 450, nas proximidades da Escola Naval, na Ilha de Villegaignon. Os barcos seguiram até a ilha Laje da Cagarra, em frente a Ipanema, de onde retornaram ao ponto inicial, percorrendo cerca de 20 milhas náuticas.
Fonte: Jornal do Brasil (digital)
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