Publicação: Sexta-feira, 20/07/2012 às 10:15:00
No momento em que a base brasileira na Antártida começou a ser destruída
por um incêndio, na madrugada de 25 de fevereiro, funcionários
militares e civis da Marinha e cientistas de universidades brasileiras
participavam de uma festa chamada Baile da Terceira Idade, na qual houve
consumo de bebidas alcoólicas.
Mantida em sigilo tanto pela
Marinha quanto pelo grupo de 31 cientistas que estavam na base
Comandante Ferraz, a realização da festa, com bebidas como cerveja e
vinho, foi investigada pelo inquérito policial militar (IPM) aberto no
dia do desastre para apurar causas e responsáveis.
Como o
alarme não disparou quando o incêndio começou, os encarregados pelo
inquérito suspeitavam que o sistema pode ter sido desligado por ordem do
comando da base. O objetivo seria não atrapalhar a festa. Na pista de
dança há um mecanismo que espalha fumaça de gelo seco, como em uma
boate. Os sensores são sensíveis e poderiam disparar, anunciando um
falso incêndio.
Os cientistas não souberam responder nos
depoimentos se os sensores foram desligados ou não, já que a decisão, se
tomada, seria de atribuição militar. Alguns deles alegaram que sequer
sabiam da localização do dispositivo que os desativava.
O
IPM foi concluído e encaminhado em 15 de maio à 11.ª Circunscrição
Judiciária Militar, "classificado como sigiloso, em atendimento ao
Artigo16 do Código de Processo Penal Militar", de acordo com comunicado
divulgado à noite pela Marinha. As perguntas encaminhadas à Marinha pelo
Estado sobre as conclusões e a realização da festa não foram respondidas. Fonte: jornal O Estado de S. Paulo
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