01/04/2016 16h34
Rio de Janeiro
Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil
O secretário municipal de Transportes do Rio de Janeiro, Rafael Picciani, recebeu hoje (1º) uma comissão de representantes de taxistas no Centro de Operações Rio para ouvir as reivindicações da categoria. Os taxistas fizeram nesta manhã manifestações em vários pontos da cidade contra o aplicativo Uber. Os motoristas circularam com velocidade reduzida, o que deixou o trânsito lento.
Picciani lembrou que a prefeitura do Rio entrou na Justiça para proibir o Uber na cidade, mas uma decisão favorável ao aplicativo manteve o funcionamento do serviço. Segundo o secretário, o município está tomando as medidas jurídicas cabíveis.
"É importante frisar que o grande motivo dessa manifestação é a contestação de uma decisão judicial, que foge ao controle do município. A prefeitura do Rio, através da Procuradoria-Geral do Município, contestou judicialmente a legalidade do aplicativo que hoje funciona na nossa cidade e tivemos uma decisão desfavorável ao nosso pleito. Nós entendemos a angústia dos taxistas, que isso gera prejuízo à atividade regulamentada para o táxi no Rio, mas as decisões judiciais precisam ser respeitadas e as contestações precisam se dar no âmbito judicial", disse o secretário.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), onde tramita o caso, informou por meio da assessoria de comunicação que não vai se manifestar sobre o protesto de hoje dos taxistas. À tarde, a juíza da 6ª Vara de Fazenda Pública Ana Cecília Argueso Gomes de Almeida também recebeu uma comissão de motoristas que participaram do protesto. Segundo o tribunal, a reunião não tem caráter oficial e foi apenas um gesto cordial.
Os taxistas são contrários aplicativo Uber, que permite o transporte privado de passageiros. Pelo celular, o passageiro pede um carro e paga a viagem com cartão de crédito, através do aplicativo, por um preço mais baixo do que o cobrado pelos taxistas.
Taxista há cerca de 20 anos, Michael de Oliveira, queixou-se do enorme número de taxas que tem que pagar para exercer a profissão. Como os motoristas do Uber são isentos das cobranças, Oliveira considera a concorrência desleal. “Além disso, nossos carros são fiscalizados, temos que ter seguro contra terceiros e várias outras exigências para ter permissões e alvarás para trabalhar. No Uber não precisa de nada”, comparou.
Oliveira participou da manifestação desta manhã. “Não podemos aceitar um transporte paralelo que não é regulamentado pela Secretaria de Transporte. Se o táxi hoje não é suficiente para suprir a quantidade de passageiros, que a prefeitura ofereça novos alvarás para táxis que pagam diárias”, sugeriu.
Por causa dos problemas no trânsito provocados pela manifestação, o ator Diego Riques, 31 anos, precisou correr com a mala nas costas para não perder o voo para São Paulo, no Aeroporto Santos Dumont, no centro. “Tentei pegar uns quatro táxis, aplicativo também, mas não deu em nada, não consegui.” A Secretaria Municipal de Transportes decretou Estágio de Atenção e mobilizou 550 operadores para organizar o tráfego.
Como resposta à manifestação, a empresa Uber ofereceu R$20 de desconto para viagens iniciadas ou finalizadas nas áreas das principais conexões de transporte público da cidade. Nas redes sociais, a plataforma informou que tem por objetivo ajudar as cidades a ter maior eficiência na mobilidade urbana.
*Matéria atualizada às 17h30 para acrescentar informações sobre a reunião dos taxistas no TJ-RJ
Edição: Luana Lourenço
Fonte: Agência Brasil
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