- Brasília
Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil
Edição: Aécio Amado
Representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
(MST) entregaram hoje (15) à presidenta Dilma Rousseff um documento
intitulado Propostas Emergenciais para o Campo. Após o encontro, no
Palácio do Planalto, que também teve a participação do ministro Miguel
Rossetto, do Desenvolvimento Agrário, Alexandre da Conceição, membro da
Direção Nacional do MST, disse que o primeiro item da pauta, sobre o
assentamento das famílias acampadas, foi uma das questões tratadas com a
presidenta Dilma.
“Ao
tema da questão agrária, pelo menos desta vez, ela [Dilma] se
comprometeu com metas. No outro governo, ela não tinha se comprometido.
Então isso já é um avanço, uma sinalização”, disse Alexandre. Segundo
ele, essa pendência está atualmente em 120 mil famílias, que, de acordo
com as reivindicações, devem ser assentadas até julho do ano que vem.
Consta também no plano de metas o compromisso de assentar 50 mil
famílias por ano.
Os representantes do MST avaliaram que, no
segundo governo, Dilma terá mais comprometimento com as pautas do campo.
Informaram que uma lista de reivindicações, com 27 pontos, foi
discutida na reunião. E disseram que levaram para a presidenta as
insatisfações do movimento em relação à possível indicação da senadora
Kátia Abreu para o Ministério da Agricultura.
De acordo com
Alexandre Conceição, a nomeação de Kátia Abreu, se confirmada,
representa o “agronegócio”, o “atraso”, o “trabalho escravo” e, no seu
estado, “a grilagem de terras”. “O que temos colocado para imprensa e
agora para presidenta Dilma é que a nomeação da Kátia Abreu é uma
simbologia muito ruim para aquilo que foram as eleições nas ruas, onde
os movimentos sociais foram garantidos”, disse.
Apesar das
ponderações, os integrantes do movimento disseram que Dilma não se
manifestou sobre o assunto. Para Alexandre, embora o nome da senadora
represente mais repressão aos indígenas e aos quilombolas, a
prerrogativa dessa decisão é da presidenta Dilma Rousseff, e que não
cabe ao MST interferir na nomeação.
Sobre o que chamou de
"balanço crítico” deste ano, o coordenador do MST disse que também foi
feito um apelo por mudanças e que o movimento é contrário à manutenção
da postura dos integrantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário em
relação ao movimento. Segundo ele, assim que compor o novo governo,
Dilma vai conversar novamente com o MST para discutir um plano de metas.
Na
avaliação de Rosana Fernandes, que também integra a Direção Nacional do
MST, a avaliação da reunião é “bastante positiva”, e há uma perspectiva
de abrir um diálogo. A animação, no entanto, não tem uma expectativa,
por parte do movimento, de que “apenas a boa conversa vai resolver”.
Segundo ela, em 2015, a tarefa de organização dos trabalhadores vai
continuar em todos os estados.
Fonte: Agência Brasil
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