29/07/2014 22h57
Rio de Janeiro
Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 e a Confederação Brasileira de Vela promovem, entre o próximo sábado (2) e o seguinte (9), o AqueceRio – Regata Internacional de Vela, um evento-teste da categoria. Para o diretor de Comunicação do Comitê, Mário Andrada, a regata vai permitir que seja feita uma avaliação das condições da Baía de Guanabara para receber competições de vela durante os Jogos. “Será um evento-teste. Os Jogos Olímpicos serão só em 2016. Então, é importante que a gente teste as condições para saber o que precisa melhorar. Não é uma competição oficial, é um teste, no qual os atletas vão navegar na baía, e a gente vai ter a certeza de que a baía está no caminho certo”, contou à Agência Brasil.
Andrada reconheceu que há aspectos que precisam melhorar, mas acrescentou que várias ações estão sendo feitas, pelas três esferas de governo, para garantir os itens incluídos na proposta de candidatura do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas e as Paralimpíadas. Segundo ele, no período da candidatura apenas 12% do esgoto eram tratados e, atualmente, atingem 49,5%. Andrada acrescentou que em 2016 o percentual estará próximo de 80%, conforme constava na proposta de campanha. Ele informou que todos os lixões no entorno da baía foram desativados e criados aterros sanitários. Já o tratamento do lixo flutuante, fica a cargo de 12 ecoboats, que durante a regata terão o reforço de 12 embarcações de empresas privadas.
O diretor garantiu que as condições da Baía de Guanabara não representam risco para a vida dos competidores, mas admitiu que pode ocorrer algum problema para os barcos, caso sejam atingidos por lixo flutuante. O velejador e medalhista olímpico, Torben Grael, concorda com ele, mas se preocupa com o efeito nas embarcações. “Ninguém vai deixar de participar da competição por causa da situação, mas o problema é ter a infelicidade de uma regata ser decidida pelo fator lixo. Isso é que não pode acontecer”, disse em entrevista à Rádio Nacional.
Para o velejador, além disso há o problema de apresentar ao mundo uma qualidade de água ruim para a imagem da Baía de Guanabara, para a cidade do Rio e para o Brasil. “É muito negativa, principalmente para uma cidade turística como o Rio de Janeiro. Com relação à competição, o risco não é a doença. Não acredito que as pessoas fiquem doentes pela contaminação com a água. O problema do lixo é que pode afetar as competições. É igual ter uma pessoa correndo o grande prêmio de motociclismo, o Moto GP, e ter um lençol preso no cara quando passar. É o mesmo que um barco pegar um saco plástico dentro da água”, comparou.
Na avaliação de Mário Andrada, a realização da competição olímpica na Baía de Guanabara é uma oportunidade de alcançar a melhoria das condições da região, que há muito tempo é defendida por ambientalistas. “A baía é um cartão-postal importante do Rio de Janeiro, e parte do objetivo dos Jogos Olímpicos é ser um agente catalisador de mudanças. Se gente não faz a regata na Baía de Guanabara e vai para outro lugar, uma hipótese que está descartada, a baía nunca seria limpa. É a hora do Rio de Janeiro e de todo o Brasil se mobilizar para limpar e despoluir a baía de uma vez por todas”, contou.
Para garantir mais segurança aos competidores na regata que começa no sábado, a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro intervirá, das 11h às 17h, no tráfego aquaviário da Baía de Guanabara, impedindo que o tráfego de embarcações interfira nas raias da regata. Além dos navios mercantes que precisam atracar no Porto do Rio de Janeiro, a rota da concessionária CCR Barcas para as linhas Charitas, Cocotá e Paquetá vai ter um pequeno desvio, que não representará impacto no transporte diário dos usuários.
Fonte: Agência Brasil
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