05/09/2013 - 16h53
- Nacional
Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Dez anos depois de virar lei, o Estatuto do Desarmamento
provocou queda de 12,6% na taxa de homicídios do país, segundo estudo do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os resultados do
estatuto foram debatidos hoje (5) na Comissão de Segurança Pública e
Combate ao Crime Organizado da Câmara. A redução de mortes violentas, no
entanto, foi questionada pelo presidente do Movimento Viva Brasil, Bené
Barbosa.
De acordo com o diretor de Estudos e Políticas do Estado, das
Instituições e da Democracia do Ipea, Daniel Cerqueira, há uma “relação
de causalidade” entre a redução do número de armas com a queda dos
homicídios. “Onde se tem uma maior difusão de armas de fogo aumenta a
taxa de homicídios em 1% ou 2%”, disse.
Pelo estudo do Ipea, frisou Cerqueira, não há como relacionar,
contudo, a redução dos crimes contra o patrimônio com o aumento do
número de armas de fogo pelos cidadãos. “Ou seja, é uma lenda aquela
história de que o pai de família armado vai dissuadir o criminoso de
perpetrar os seus crimes. Isso, do ponto de vista empírico, não acontece
no Brasil”.
O presidente do Movimento Viva Brasil, Bené Barbosa, disse que a
política de desarmamento é mais “ideológica do que técnica”. Ele
questionou o estudo do Ipea e afirmou não ser possível estabelecer uma
relação entre o número de armas de fogo e os índices de homicídios.
“Arma não comete crime. Quem comete crime é o ser humano”, disse.
“A história de que a arma roubada do cidadão vai parar na mão do
criminoso é uma prova disso. Se tenho um celular roubado, e ele vai para
dentro de uma penitenciária, e ele é usado para um sequestro, a culpa é
minha? Precisamos definir quem é vítima de verdade”, argumentou
Barbosa.
Edição: Beto Coura
Fonte: Agência Brasil
Fonte: Agência Brasil
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